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IGREJA
'Guerra é derrota para a humanidade', afirma ele
Guerra deve ser a "última opção", diz o papa sobre a crise iraquiana
DA REDAÇÃO
O papa João Paulo 2º fez ontem
suas mais intensas críticas contra
um possível ataque ao Iraque, dizendo que a força militar só pode
ser usada como "realmente a última opção" e sob certas condições.
"Nem sempre a guerra é inevitável. Ela é sempre uma derrota
para a humanidade", disse o papa
a diplomatas baseados no Vaticano em seu discurso anual sobre
temas que preocupam a Igreja
Católica.
João Paulo 2º, 81, exortou os líderes políticos a intensificar os esforços diplomáticos para evitar
uma guerra, a qual, segundo ele,
só prejudicaria a população do
Iraque, que enfrenta um embargo
desde 1990, ano em que o país invadiu o Kuait.
"A guerra nunca é apenas mais
um meio que se pode escolher para resolver diferenças entre países", afirmou o papa.
"Como a própria ONU e o direito internacional nos lembram,
não se pode decidir uma guerra,
mesmo quando se trata de uma
questão de garantir o bem comum, a não ser como realmente a
última opção e sob condições
muito estritas, sem ignorar as
consequências para a população
civil tanto durante quanto após as
operações militares."
Foi a primeira vez, desde o início do impasse atual, que João
Paulo 2º mencionou o Iraque publicamente.
Sem justificativa moral
Anteriormente, o líder católico
se referia de forma geral às ameaças da guerra. Outras autoridades
do Vaticano, porém, haviam sido
mais explícitas, afirmando, em
entrevistas, que uma "guerra preventiva" contra Bagdá não tinha
justificativa moral ou legal e que
apenas provocaria hostilidades
entre cristãos e muçulmanos. Em
1991, João Paulo 2º se opôs à
Guerra do Golfo.
Em seu discurso, o papa também falou sobre as relações com a
Igreja Ortodoxa e o que ele descreveu como riscos para a dignidade da vida humana: aborto, eutanásia e clonagem. Os três, segundo ele, "ameaçam reduzir o
ser humano a um mero objeto".
Outros temas mencionados pelo papa incluíram o conflito entre
israelenses e palestinos, a situação
na Argentina e na Venezuela e "a
escandalosa desigualdade" entre
ricos e pobres.
Com agências internacionais
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