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ÁSIA
Casa Branca fala em diálogo, mas rejeita "chantagem"
EUA oferecem ajuda energética para Coréia do Norte encerrar impasse
DA REDAÇÃO
O subsecretário de Estado americano James Kelly, enviado à
Ásia, disse ontem em Seul (Coréia
do Sul) que a Coréia do Norte pode receber ajuda dos EUA e de outros países no setor de energia se
puser fim ao impasse em torno do
desenvolvimento de armas nucleares.
O governo americano havia dito
que não recompensaria a Coréia
do Norte por ela ter deixado o
Tratado de Não-Proliferação de
Armas Nucleares (TNP) e que negociações em torno de assistência
e relações melhores só aconteceriam após o fim do programa nuclear.
O porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, confirmou o desejo dos
EUA de dialogar, "não de negociar", e acrescentou: "A Coréia do
Norte quer que o mundo siga sua
cartilha chantagista, mas nós não
seguiremos".
Fleischer disse ainda que pode
haver "conversas técnicas" entre
americanos e norte-coreanos,
mas indicou certo ceticismo de
Washington: "Enquanto a bola
esteve na quadra norte-coreana, o
país só andou em círculos. Vamos
ver o que eles irão fazer".
"Marionete dos EUA"
Já o embaixador norte-coreano
em Moscou, Pak Ui-chun, afirmou que seu país poderá retornar
ao TNP sob certas circunstâncias.
"Em primeiro lugar, a Agência Internacional de Energia Atômica
deve parar de se comportar como
uma empregada doméstica e uma
marionete dos EUA", disse Pak,
em declarações traduzidas pela
TV estatal russa Rossiya.
Pak afirmou ainda que a adoção
de novas sanções ao país serão entendidas como "declaração de
guerra".
Segundo Koh Yu-hwan, professor de estudos relacionados à Coréia do Norte na Universidade
Dongguk, em Seul, o governo dos
EUA parecia dividido em relação
a como lidar com Pyongyang.
"Parece que os falcões e os pombos ainda não afinaram sua estratégia", disse Koh. "Mas os comentários de Kelly não são realmente
novos, pois eles ainda estabelecem a condição de que a Coréia
do Norte deve desistir de seu programa nuclear", analisou.
Ameaças reiteradas
A Coréia do Norte reiterou ontem que poderá reagir militarmente ao que disse considerar um
plano dos EUA para atacá-la com
armas nucleares.
"Como os EUA têm a intenção
de provocar um desastre nuclear
na nação coreana, a Coréia do
Norte não pode permanecer passiva em relação ao que está ocorrendo", disse o jornal estatal "Rodong Sinmun". "Uma opção militar não é exclusividade dos EUA."
Anteontem, a Coréia do Norte
negou ter admitido a autoridades
americanas que possuía um programa secreto de armas nucleares
e ameaçou lançar um "mar de fogo" sobre os EUA.
Em outubro, os Estados Unidos
anunciaram que a Coréia do Norte, incluída por Bush no "eixo do
mal", admitira ter um programa
nuclear quando Kelly estava em
Pyongyang para conversações.
Um programa do gênero viola o
acordo de 1994 com os EUA, que
se comprometia a fornecer energia para a Coréia do Norte caso o
país suspendesse operações em
suas instalações nucleares.
Washington retaliou em dezembro passado, suspendendo o
envio de combustível prometido
no acordo.
Os EUA acreditam que a Coréia
do Norte tenha uma ou duas armas nucleares e que poderia fabricar mais em seis meses.
A Coréia do Sul anunciou ontem que deve aceitar a proposta
da Coréia do Norte para a realização de reuniões em Seul na próxima semana.
Com agências internacionais
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