São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

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REVOLTA ÁRABE

Estátuas de Tutancâmon somem de museu no Cairo

Inventário feito no fim de semana revelou roubo de 18 peças históricas

Localizado na praça Tahrir, centro do Cairo, museu foi saqueado três dias depois de início de levante contra ditador

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Durante os protestos que derrubaram Hosni Mubarak, foram roubados 18 artefatos de valor incalculável do Museu Egípcio, no Cairo.
Entre as peças, há duas estatuetas douradas de Tutancâmon (1341-1323 a.C.), o mais famoso faraó egípcio.
Zahi Hawass, ministro das Antiguidades, disse que as perdas só foram descobertas durante um inventário promovido pelo museu depois do fim das manifestações.
O prédio do Museu Egípcio foi construído em 1902 e reúne o maior acervo de obras do Egito Antigo -são cerca de 120 mil peças.
O museu foi invadido em 28 de janeiro por ladrões que subiram no telhado em uma escada de incêndio e que, em seguida, usaram cordas para descer até as galerias. Na ocasião, duas múmias ficaram seriamente danificadas.
Entre os itens que desapareceram estão estátuas de pedra calcária do faraó Akhenaton -rei conhecido como herege por tentar introduzir o monoteísmo no Egito Antigo-, e da rainha Nefertiti.
Também foram roubadas uma estátua dourada de madeira da 18ª dinastia de Tutancâmon e uma imagem do rei, ainda menino, empunhando um arpão de pesca.
Nenhum dos objetos ausentes fazia parte da sala que guarda a máscara funerária de ouro de Tutancâmon e outros itens de seu túmulo- principal atração do museu.
Segundo Hawass, há uma investigação em andamento.
O museu está à beira da praça Tahrir, epicentro dos 18 dias de protestos que derrubaram a ditadura de Mubarak, na última sexta-feira. Permanece fechado e guardado pelo Exército, mas funcionários limpam o local.
Esforços estão sendo feitos para melhorar a segurança. El-Awady disse que os alarmes do Museu Egípcio e outros sistemas estavam ligados durante os saques.

SEGURANÇA
A segurança dos museus do Egito e dos sítios arqueológicos está sob investigação após o roubo, em agosto, de uma obra de Van Gogh de uma instituição de arte que também fica no Cairo.
Autoridades também anunciaram que ladrões invadiram o local de armazenamento de uma necrópole real de Dahshur, ao sul do Cairo, em 11 de fevereiro.
Até ontem, não havia informações a respeito dos itens que estavam faltando.
Os ladrões causaram danos consideráveis, quebrando 13 redomas de vidro e atirando objetos antigos no chão. Funcionários do museu acreditam que foi uma busca frenética por ouro.
Restauradores já começaram a reparar os danos causados pelos saqueadores.


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