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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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BÁLCÃS

Suspeitos seriam da máfia

Sérvia detém 70 após assassinato de premiê

DA REDAÇÃO

A polícia sérvia deteve ontem cerca de 70 suspeitos de integrarem organizações criminosas, incluindo dois ex-comandantes da segurança do ex-ditador Slobodan Milosevic. Segundo os oficiais, há vínculo entre os detidos e o clã criminoso Zemun, responsabilizado pelo governo pelo atentado que matou anteontem o primeiro-ministro sérvio, Zoran Djindjic.
Os dois homens ligados a Milosevic são Jovica Stanisic, chefe do serviço secreto da Sérvia nos anos 90, e Franko Simatovic, ex-comandante da Unidade de Operações Especiais, grupo paramilitar acusado de matar e torturar civis durante as guerras contra a Bósnia e a Croácia, nos anos 90.
Apesar de afastados do poder desde a queda de Milosevic, em 2000, o governo sérvio acredita que eles mantenham conexões com a máfia e influência sobre parte da polícia.
"Garanto que deteremos todos os responsáveis e liquidaremos qualquer um que resistir à prisão", disse Dusan Mihajlovic, ministro do Interior da Sérvia. A declaração de estado de emergência pelo governo sérvio permite à polícia e ao Exército efetuar prisões sem mandados judiciais.
O clã Zemun é liderado por Milorad Lukovic, que também integrou a Unidade de Operações Especiais, e agora está foragido. "Estamos realizando buscas em todo o país para capturar Lukovic", afirmou o ministro Mihajlovic.

Novo premiê
O governo sérvio anunciou também que estuda tornar rotativo o cargo de primeiro-ministro até que o Parlamento sérvio escolha um novo premiê. Por enquanto, Nebojsa Covic assumiu interinamente o posto. Ele é um dos cinco vice-premiês da Sérvia -pela proposta, todos participariam da rotatividade.
Covic também era ligado a Milosevic, mas foi expulso do Partido Socialista em 1997, quando contrariou orientações do então ditador e admitiu sua derrota nas eleições municipais de Belgrado.
O funeral de Djindjic foi marcado para sábado. Ontem, para homenageá-lo, centenas de pessoas colocaram flores nas proximidades do prédio do governo sérvio.


Com agências internacionais


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