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VENEZUELA
Alerta de bomba era falso
Embaixada do Brasil em Caracas sofre ameaça
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Embaixada do Brasil em Caracas recebeu ontem uma ameaça
de bomba e teve de ser praticamente desocupada durante quase
uma hora. O embaixador Ruy
Nogueira acompanhou a perícia
policial até a confirmação de que
se tratava de trote.
Há suspeita de que a ameaça tenha partido de grupos de oposição ao presidente Hugo Chávez,
que criticam o Brasil pelo apoio
ao governo constitucional e pela
liderança no Grupo de Amigos da
Venezuela. Nogueira, porém, não
arriscou palpites. "Seria temerário fazer qualquer juízo", disse.
O telefonema anônimo foi feito
por volta das 8h20 de ontem, para
a portaria do prédio onde a embaixada funciona, o Centro Gerencial Mohedano, no sofisticado
bairro residencial La Castellana.
A polícia foi acionada imediatamente e enviou ao prédio uma
brigada especial móvel, com capacetes e coletes especiais. Nogueira disse que liberou os funcionários para sair ou ficar.
Alguns funcionários, entretanto, reclamaram que o embaixador
tentou forçá-los a ficar, mesmo
sob risco, argumentando que
"não daria esse gostinho aos golpistas", referindo-se aos adversários de Chávez.
Por telefone, Nogueira disse de
Caracas que, desde o início, estava
claro que se tratava de um alarme
falso. O melhor indício disso é
que já ocorreram duas ameaças
semelhantes contra as embaixadas do Japão e do Equador. Ambas era igualmente falsas.
"Não foi nada direcionado contra o Brasil. A intenção, provavelmente, é obter repercussão internacional", disse Nogueira.
Entre o Natal de 2002 e as festas
de Ano Novo, houve manifestações dos opositores de Chávez
diante da embaixada brasileira e
também da residência oficial do
embaixador. Motivo: protesto
contra o envio de um navio com
gasolina da Petrobrás para compensar a falta do produto durante
a longa greve geral que atingiu a
PDVSA, a estatal de petróleo.
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