|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No Brasil, falta de informação e assistência são mortais
de Nova York
Desinformação e falta de assistência pública. Os dois itens são
aliados mortais na vida das mulheres brasileiras, alerta o relatório do
instituto Alan Guttmacher.
Os dados são claros: falta esclarecimento à população. A família
brasileira não consegue planejar o
seu crescimento. Quando tenta, falha no objetivo.
Para evitar filhos, os métodos
mais utilizados no Brasil são a esterilização feminina (18%), a pílula
(16%) e o coito interrompido (6%).
Embora 90% das mulheres já tenham ouvido falar em pílula anticoncepcional, somente 23% delas
sabem usar corretamente o medicamento. Apenas 5% têm acompanhamento médico.
Com a falta de esclarecimento,
vem a gravidez. Entre as que fazem
aborto, há três grupos distintos de
mulheres, segundo a pesquisa: as
pobres rurais, as mulheres pobres
urbanas e as mulheres urbanas
com renda superior.
Entre as pobres rurais, 73% dos
abortos são cometidos por elas
mesmas (com práticas como a introdução de agulhas de crochê no
útero).
Entre as mulheres pobres urbanas, 57% dos abortos são cometidos por elas mesmas ou por curiosas (parteiras sem habilitação legal) sem treinamento. Os médicos
são responsáveis por 79% dos
abortos de mulheres urbanas com
renda superior.
O "dia seguinte" é previsível:
54% das mulheres pobres rurais
apresentam problemas decorrentes do aborto.
O índice de complicações é menor (44%) entre as mulheres pobres urbanas e menor ainda (13%)
entre as urbanas com renda superior.
No Brasil, de cada 100 abortos
cometidos, 42 terminam com algum tipo de complicação para a
mulher. Mas somente 29 mulheres
acabam buscando assistência médica. O medo maior é que elas sejam presas por praticarem o aborto ilegal.
As principais causas de aborto
no Brasil, segundo o relatório, são:
dificuldades financeiras para criação do filho, relação de instabilidade com o companheiro, insatisfação da mãe com uma nova gravidez, gravidez entre adolescentes,
ambições profissionais. O relatório diz que poucos abortos são realizados dentro da lei. A legislação
brasileira prevê o aborto legal em
casos de estupro e de risco à vida
da mãe.
(MaD)
Texto Anterior: Pesquisa: Aborto mata 275 vezes mais onde é proibido Próximo Texto: 14 milhões de adolescentes engravidam por ano Índice
|