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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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AMEAÇA

Presidente americano diz que país abriga partidários de Saddam Hussein e possui armas químicas

Bush faz acusações contra a Síria

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O presidente George W. Bush voltou a ameaçar ontem a Síria e acusou o país de ter armas químicas e de oferecer abrigo a terroristas e partidários do regime de Saddam Hussein. "Cremos que há armas químicas na Síria", disse. "O exemplo iraquiano mostrou que os EUA estão falando sério sobre acabar com armas de destruição em massa."
Como Bush, seus dois principais secretários, Donald Rumsfeld (Defesa) e Colin Powell (Estado), e o chefe das operações militares no Iraque, Tommy Franks, ameaçaram a Síria. Franks acusou o país de "contratar mercenários para lutar contra os EUA".
Indagado sobre se pretende autorizar uma ação militar contra a Síria, Bush disse: "Eles precisam cooperar". E afirmou que poderia telefonar para líderes sírios para "deixar clara" sua mensagem.
Rumsfeld disse não "ter dúvidas de que militares de Saddam" estão na Síria. Powell, por sua vez, disse que não seria "desejável" que o país fosse "refúgio para quem deve ser levado à Justiça".
Também disse que o período de combates no Iraque "acabou". "Podemos mudar nossa atenção para achar armas de destruição em massa. Vamos encontrá-las."
Em Washington, o embaixador-adjunto sírio, Imad Moustapha, negou que o país esteja acobertando militares iraquianos.
Anteontem, militares americanos disseram ter interceptado ônibus no Iraque com 59 pessoas que carregavam, além de US$ 630 mil, mensagens oferecendo recompensas a quem matasse soldados da coalizão. Segundo os militares, o ônibus ia para a Síria.
A pressão contra a Síria e países do chamado "Eixo do Mal" (Coréia do Norte e Irã, além do Iraque) deve se intensificar. A intenção dos EUA é capitalizar a vitória contra Saddam para ameaçá-los.
Ontem, funcionários de Bush diziam que o fato de a Coréia do Norte ter concordado sobre conversações multilaterais sobre seu programa atômico sinalizava que "entendera o recado". Para Bush, isso é "boa notícia para o Oriente preocupado com o fato de o país desenvolver armas atômicas".
O presidente minimizou o caos que se instaurou no Iraque pós-Saddam. "Assim como duvidaram da campanha militar, duvidam do planejamento. Mas seremos bem-sucedidos."


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