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BATALHA FINAL
Tropas americanas entram em Tikrit
Bombas atingem cidade natal de Saddam Hussein, última fora do controle dos EUA
DA REDAÇÃO
Fuzileiros navais dos Estados
Unidos entraram ontem em Tikrit, cidade natal do ex-ditador
Saddam Hussein, após combates
com forças do Iraque nos quais
pelo menos 15 iraquianos morreram, segundo a TV CNN. A chegada sinaliza a queda iminente do
último bastião do regime.
A cidade, a 175 km a norte de
Bagdá, é o último grande centro
iraquiano que ainda não foi controlado pelos anglo-americanos.
Os EUA suspeitam que 2.500 homens leais ao ex-ditador e membros de sua tribo estejam montando a resistência final à invasão.
Tikrit sofreu intensos bombardeios durante a noite (horário local) mas, até o fechamento desta
edição, ainda não havia caído.
Ontem, líderes das 15 principais
tribos da cidade negociavam um
cessar-fogo com os norte-americanos, dizendo que as tropas iraquianas tinham ido embora.
O jornalista canadense Matthew
Fisher, que viaja com a 1ª Força
Expedicionária dos Fuzileiros Navais (marines), disse que um
grande número de helicópteros
de ataque Cobra estavam combatendo forças iraquianas dentro da
cidade e que cerca de 250 veículos
blindados dos marines haviam
entrado na cidade.
Durante a marcha de Bagdá para Tikrit, perto da cidade de Samarra, os marines resgataram sete americanos que haviam sido
presos pelo Exército iraquiano
(leia texto na página A15).
Apesar da indefinição sobre o
controle de Tikrit, o general
Tommy Franks, comandante das
forças americanas no golfo Pérsico, declarou ontem que nenhuma
cidade do Iraque está sob controle
do regime de Saddam.
"Realmente, não conheço nenhuma [cidade controlada por
Saddam"", disse Franks em Doha
(Qatar) à TV americana Fox
News. "Agora, vamos entrar em
cada uma delas e nos assegurar de
que não haja um último feudo
nesse país", declarou.
O general afirmou também que
os marines não encontraram "nenhuma resistência" ao se deslocarem para Tikrit ontem.
No total, Franks disse que as
tropas dos Estados Unidos ainda
estavam encontrando bolsões de
resistência, inclusive em Bagdá,
que foi dividida pelos militares
em cerca de 60 zonas.
"Provavelmente não temos certeza [da situação" em dez ou 15
zonas, e esperamos encontrar
grupos de cinco a 25 sujeitos durões", afirmou o general, dizendo
que as células de resistência teriam armas de destruição em
massa escondidas.
Sírios
Ele afirmou que a resistência em
Bagdá vinha de membros da
Guarda Republicana, da milícia
Fedayin, da Organização de Segurança Especial e de "uma grande
quantidade" de estrangeiros
-especificamente sírios.
"Eles vieram como mercenários. Foram pagos pelos iraquianos. Nós vimos o material de recrutamento. E eles estão sendo
usados em tudo, desde atentados
suicidas até pequenos esquadrões
de ataque", disse Franks à CNN.
Questionado sobre se a Síria poderia ter impedido a ida desses
mercenários ao Iraque, Franks
disse à Fox News acreditar que
"qualquer nação que queira controlar suas fronteiras pode fazê-lo". Mas não chegou a acusar o
governo sírio.
Franks disse ainda não saber o
paradeiro de Saddam Hussein e
de outras lideranças iraquianas,
mas afirmou que a coalizão anglo-americana tem amostras de
DNA do ex-ditador, que serão
comparadas com material retirado de corpos encontrados no local de Bagdá onde Saddam poderia ter morrido num bombardeio.
Tribos
Líderes tribais de Tikrit disseram à TV árabe Al Jazeera que estavam negociando um cessar-fogo com as tropas americanas.
"Não queremos lutar com os
americanos. Os militares iraquianos saíram da cidade há cinco
dias", disse um homem não-identificado. Ele afirmou que as tribos
de Tikrit estavam em armas com
medo de um ataque curdo.
Com agências internacionais
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