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ISRAEL
Premiê diz que poderá remover colônias judaicas e que queda de Saddam traz chance para a paz
Sharon admite concessões "penosas"
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, disse numa entrevista publicada ontem que, para
fazer a paz com os palestinos, ele
estaria pronto para remover algumas colônias dos territórios ocupados. Disse ainda que a queda de
Saddam Hussein representa uma
chance para acabar com o conflito
entre israelenses e palestinos.
Também afirmou que "no final,
haverá um Estado palestino".
Sharon, que por muito tempo
apoiou o estabelecimento de colônias judaicas nos territórios palestinos, disse ao jornal "Haaretz"
que está pronto para fazer concessões "penosas para todos os judeus e para mim pessoalmente".
"Toda a nossa história está ligada
a estes lugares: Belém, Shiloh, Beit
El. Sei que teremos de abandonar
alguns desses lugares", afirmou.
O ex-general disse também que
está confiante em que a derrubada de Saddam Hussein, um inimigo jurado do Estado de Israel e
grande incentivador de militantes
palestinos, vai ajudar a reavivar as
negociações de paz entre israelenses e palestinos, que estão paralisadas desde 2000. "Temos a oportunidade de forjar uma relação diferente entre nós e os Estados árabes e entre nós e os palestinos. Essa oportunidade não deve ser negligenciada", afirmou.
O Yesha, conselho que fala pelos
colonos judeus, disse que Sharon
parecia disposto a "expulsar judeus de suas casas", o que seria algo bastante "grave e ruim". A comunidade internacional considera as colônias ilegais. Israel contesta essa avaliação e segue instalando assentamentos.
Saeb Erekat, ministro palestino
próximo a Iasser Arafat, disse que
as observações de Sharon parecem uma "tática de relações públicas" e que os palestinos querem
ações e não palavras.
O chefe de gabinete de Sharon,
Dov Weisglass, está viajando para
Washington para discutir com os
EUA um novo plano de paz para a
região, que culminaria na criação
de um Estado palestino em 2005.
O presidente George W. Bush
afirmou que tornará seu plano
público depois que Mahmoud
Abbas, também conhecido como
Abu Mazen, que foi há pouco nomeado premiê palestino, apresentar seu gabinete, o que deve
ocorrer dentro de duas semanas.
Pelo menos 1.990 palestinos e
729 israelenses foram mortos desde a retomada da revolta palestina, em setembro de 2000.
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