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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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ISRAEL

Premiê diz que poderá remover colônias judaicas e que queda de Saddam traz chance para a paz

Sharon admite concessões "penosas"

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse numa entrevista publicada ontem que, para fazer a paz com os palestinos, ele estaria pronto para remover algumas colônias dos territórios ocupados. Disse ainda que a queda de Saddam Hussein representa uma chance para acabar com o conflito entre israelenses e palestinos. Também afirmou que "no final, haverá um Estado palestino".
Sharon, que por muito tempo apoiou o estabelecimento de colônias judaicas nos territórios palestinos, disse ao jornal "Haaretz" que está pronto para fazer concessões "penosas para todos os judeus e para mim pessoalmente". "Toda a nossa história está ligada a estes lugares: Belém, Shiloh, Beit El. Sei que teremos de abandonar alguns desses lugares", afirmou.
O ex-general disse também que está confiante em que a derrubada de Saddam Hussein, um inimigo jurado do Estado de Israel e grande incentivador de militantes palestinos, vai ajudar a reavivar as negociações de paz entre israelenses e palestinos, que estão paralisadas desde 2000. "Temos a oportunidade de forjar uma relação diferente entre nós e os Estados árabes e entre nós e os palestinos. Essa oportunidade não deve ser negligenciada", afirmou.
O Yesha, conselho que fala pelos colonos judeus, disse que Sharon parecia disposto a "expulsar judeus de suas casas", o que seria algo bastante "grave e ruim". A comunidade internacional considera as colônias ilegais. Israel contesta essa avaliação e segue instalando assentamentos.
Saeb Erekat, ministro palestino próximo a Iasser Arafat, disse que as observações de Sharon parecem uma "tática de relações públicas" e que os palestinos querem ações e não palavras.
O chefe de gabinete de Sharon, Dov Weisglass, está viajando para Washington para discutir com os EUA um novo plano de paz para a região, que culminaria na criação de um Estado palestino em 2005.
O presidente George W. Bush afirmou que tornará seu plano público depois que Mahmoud Abbas, também conhecido como Abu Mazen, que foi há pouco nomeado premiê palestino, apresentar seu gabinete, o que deve ocorrer dentro de duas semanas.
Pelo menos 1.990 palestinos e 729 israelenses foram mortos desde a retomada da revolta palestina, em setembro de 2000.


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