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IRÃ
Tropa de choque e partidários do aiatolá Khamenei atacam universitários no quarto dia de protestos contra a linha dura
Polícia e radicais reprimem manifestantes em Teerã
DA REDAÇÃO
A polícia iraniana entrou em
choque com centenas de manifestantes que iniciavam o quarto dia
de protestos contra a linha dura
no país, na madrugada de hoje em
Teerã. Com tiros de metralhadora
disparados para o ar e gás lacrimogêneo, foi o primeiro choque
violento desde o início dos protestos. A maioria dos manifestantes
era de estudantes universitários.
Além da polícia, os manifestantes também foram reprimidos
por simpatizantes radicais do governo, que se autodenominam
"vigilantes".
Aos grupos e às vezes pilotando
motos, esses vigilantes espancaram pedestres usando cassetetes e
apedrejaram casas e transeuntes.
A multidão se reuniu em torno
da Universidade de Teerã, cujo
dormitório estudantil foi invadido no início da semana pela polícia, detonando a atual onda de
protestos. A área fora isolada no
início da sexta-feira.
Fomentados por notícias vinculadas em emissoras de TV por satélite sediadas nos EUA e operadas por exilados iranianos, os
protestos pedem o fim do regime
linha-dura no país e a morte do
aiatolá Khamenei -algo inédito
até então.
Os partidários de Khamenei,
que controlam postos-chave no
governo, disputam poder com o
presidente Mohammad Khatami,
eleito democraticamente sob a
promessa de reformar o sistema
austero do país.
Na quinta-feira, o aiatolá Khamenei dissera, durante um discurso transmitido pelo rádio, que
as manifestações poderiam ser
contidas com violência, à semelhança do que ocorrera em 1999,
quando protestos estudantis reprimidos pela polícia culminaram na maior onda de violência
desde a Revolução Islâmica de
1979, com saldo de um morto.
No centro da capital, os "vigilantes" montaram barreiras e
promoveram uma espécie de blitz
com os veículos que passavam.
"Eles tiravam algumas pessoas
dos carros e as espancavam com
pedaços de pau ou com os próprios punhos", disse um fotógrafo
que estava no local. "Eu contei ao
menos dez pessoas feridas."
Em sermão na Universidade de
Teerã, o ex-presidente Hashemi
Rafsanjani -aliado de Khamenei- pediu aos alunos que não
caiam na "armadilha americana".
Com agências internacionais
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