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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Sharon promete "guerra até as últimas consequências", mas, segundo France Presse, propõe cessar-fogo a palestinos

Israel renova ataques a alvos do Hamas

DA REDAÇÃO

Helicópteros israelenses dispararam ontem mísseis contra dois alvos na faixa de Gaza. Apesar do pedido de moderação feito pelos EUA, Israel prometeu uma "guerra até as últimas consequências" contra o Hamas, principal grupo terrorista palestino.
No primeiro ataque, mísseis atingiram um carro que transportava o palestino Fuad al Lidawi, 26, membro do braço armado do Hamas. Ele morreu, e 26 pessoas ficaram feridas.
Horas depois, helicópteros dispararam contra um prédio a um quarteirão da casa do fundador e líder espiritual do Hamas, xeque Ahmed Yassin. Segundo Israel, um depósito de armas teria sido atingido. Foi o sétimo ataque com mísseis em apenas quatro dias.
O Exército também explodiu um apartamento em Hebron, que pertencia à família do homem-bomba responsável pelo atentado de quarta-feira em Jerusalém que matou 17 pessoas. Na Cisjordânia, atiradores palestinos mataram um israelense perto de Jenin. As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo ligado ao Fatah, movimento político cujo principal líder é Iasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina, assumiu a responsabilidade.
Arafat é acusado por Israel e pelos EUA de não agir para impedir o terrorismo e, por esse motivo, os dois países têm evitado dialogar com ele. Mas, segundo a "France Presse", Arafat reuniu-se ontem com chefes de segurança palestinos em Ramallah (Cisjordânia) para discutir uma proposta de cessar-fogo feita por Sharon. Israel deixaria de perseguir terroristas palestinos por três dias desde que não haja mais atentados.
O Hamas chegou a iniciar negociações para uma trégua com o premiê Abu Mazen. Mas, após a cúpula de Ácaba (Jordânia) da semana passada, na qual Mazen e o premiê israelense, Ariel Sharon, aceitaram o plano de paz americano, o grupo anunciou a suspensão do diálogo.
O Hamas, que quer estabelecer um Estado islâmico nos territórios palestinos e em Israel, não gostou quando Mazen criticou a violência da Intifada e disse que controlaria os "terroristas". E acusou o premiê de abrir mão de todas as reivindicações palestinas.
No próximo dia 22, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, deverá se reunir na Jordânia com membros do chamado Quarteto - União Européia, ONU e Rússia, além dos EUA, responsáveis pelo novo plano de paz. "Estamos ansiosos por ver moderação e consideramos importante que o terrorismo diminua", disse Powell.

Força de paz
Israel rejeitou ontem proposta de envio de uma força de paz internacional à região, feita pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em entrevista ao diário "Haaretz". "Gostaria de ver uma força de paz armada atuando como um amortecedor dos conflitos entre israelenses e palestinos", disse.
Os palestinos já pediram diversas vezes uma intervenção internacional nos territórios ocupados. Mas Israel diz que não permitirá que outros assumam a responsabilidade de garantir a segurança do país.
"Não há necessidade de nenhuma intervenção de qualquer potência estrangeira", disse o vice-chanceler Arye Mekel. "O único caminho para uma solução é o diálogo entre os dois lados."
O governo de George W. Bush também descartou enviar soldados americanos à região para supervisionar a implementação do plano de paz. "As partes, trabalhando com as nações árabes, devem buscar uma maneira de combater o terrorismo sem colocar forças americanas numa área onde se converteriam em alvos", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.


Com agências internacionais


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