São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 2005

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PCP cresceu em 74 com o maior poder de militares

DA REPORTAGEM LOCAL

A importância de Álvaro Cunhal e do Partido Comunista Português atingiu seu pico quando, em 25 de abril de 1974, os capitães das Forças Armadas derrubaram a ditadura salazarista sem disparar um único tiro. Foi a Revolução dos Cravos.
O PCP nunca assumiu publicamente que parte dos oficiais revoltosos formava uma rede clandestina de seus filiados. Mas os rumos que o movimento tomou em seus primeiros três anos indicava essa direção.
Foram em primeiro lugar as nacionalizações do sistema financeiro e de setores industriais. Em seguida, a reforma agrária que escapava do controle dos socialistas moderados, que participavam da disputa pelo poder.
O militar marxista Vasco Gonçalves se torna primeiro-ministro. O rolo compressor leva à aprovação, em 1976, de uma Constituição que define para Portugal a "transição ao socialismo".
Interessava basicamente aos comunistas deslocar a posição portuguesa na Guerra Fria, tirando-a da Aliança Atlântica, liderada pelos Estados Unidos, e instituindo uma visão terceiro-mundista que privilegiaria as relações com a África descolonizada e com a comunidade de língua portuguesa.
Esse projeto só afundou de vez em 1980. Com os socialistas reformistas consolidados no poder e o PCP isolado na oposição, Portugal opta pelo Ocidente e inicia o processo de adesão à atual União Européia.
(JBN)


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