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Herdeira da L'Oréal teria feito doações ilegais desde 2006
Carta publicada na web expõe orientação de como dar dinheiro a partido governista
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE PARIS
Uma carta publicada ontem no site da revista "Le
Nouvel Observateur" levantou suspeitas de que a herdeira do grupo L'Oréal, Liliane Bettencourt, e o marido
dela financiassem, pelo menos desde o ano de 2006, o
partido governista, UMP.
O casal está envolvido em
um escândalo pela acusação
de ter feito doações ilegais no
valor de 150 mil à campanha presidencial de Nicolas
Sarkozy de 2007.
O novo episódio do caso
surge apenas um dia após
Sarkozy negar envolvimento, em discurso na TV.
No documento, classificado de confidencial e dirigido
ao marido de Bettencourt, o
administrador da fortuna explica ao casal como fazer
doações de campanha sem
ferir a lei. À época, Sarkozy
não era candidato oficial à
Presidência.
O administrador aconselha André e Liliane Bettencourt a fazer quatro cheques
no valor de 7.500 cada um,
teto permitido por lei para
doações a partidos políticos,
em nome de diferentes associações ligadas ao UMP.
A carta ainda parece contradizer o ministro do Trabalho, Eric Woerth, que negou
ter se encontrado com Patrice de Maistre, o administrador da fortuna dos Bettencourt, antes de 2007 .
"Nós combinamos com o
sr. Woerth que você pode
mandar entregar os quatro
cheques em seu nome, no
UMP", diz a carta.
Ontem, Woerth anunciou
que renunciará ao cargo de
tesoureiro do UMP, que acumulava com o posto de ministro desde 2007.
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