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ÁSIA
Confrontos entre facções locais, além de ações atribuídas ao Taleban e à Al Qaeda, causam o dia mais sangrento em um ano
61 morrem em 24 horas no Afeganistão
DA REUTERS
Pelo menos 61 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em
24 horas em diversos pontos do
território afegão, segundo informação divulgada ontem por autoridades afegãs, que classificaram
o dia como o mais sangrento em
um ano no Afeganistão.
Ao menos 25 pessoas, combatentes de diferentes facções locais
em sua maioria, morreram em
conflitos entre forças leais a um líder provincial deposto e combatentes fiéis a seu sucessor, num
distrito remoto da Província de
Uruzgan, segundo autoridades.
Além disso, pelo menos 15 pessoas, incluindo uma mulher e seis
crianças, morreram na explosão
de uma bomba -colocada dentro de um ônibus- na Província
de Helmand (sul). A bomba teria
sido posta no veículo por membros do Taleban, o grupo extremista que governou o Afeganistão até o final de 2001 e foi deposto
por uma coalizão internacional,
liderada pelos EUA, após os atentados terroristas ocorridos em 11
de setembro de 2001.
Forças governamentais disseram ter matado 16 combatentes
do Taleban e da rede terrorista Al
Qaeda em enfrentamentos ocorridos no sudeste do país. Cinco
membros das forças governamentais morreram nos combates,
que começaram na noite de anteontem (horário local).
Na noite de ontem, o governo
afegão, que é apoiado pela comunidade internacional, anunciou a
substituição dos governadores
das Províncias de Candahar e de
Zabul para "melhorar a coordenação da situação". Ambas as
Províncias também vêm sofrendo
ataques supostamente cometidos
por membros do Taleban.
Um ministro afegão, que não
quis ser identificado, afirmou que
os combates em Uruzgan opuseram simpatizantes de Amanullah,
que controlava o distrito de Kajran, a forças leais a seu sucessor,
Abdul Rahman Khan.
Segundo o ministro, Khan disse
que os enfrentamentos começaram depois que simpatizantes de
Amanullah atacaram um ônibus
que transportava pessoas ligadas
ao novo chefe local.
"Khan me disse que oito de seus
homens morreram no incidente
com o ônibus, no qual 20 pessoas
ficaram feridas, e que outros sete
morreram na troca de tiros que
ocorreu após o ataque ao ônibus.
Amanullah me disse que dez de
seus homens, incluindo alguns de
seus familiares, foram mortos",
disse o ministro.
Na Província de Khost, situada
perto da fronteira com o Paquistão, forças governamentais foram
atacadas por combatentes do Taleban e da Al Qaeda -fortemente
armados-, mas conseguiram
matar 16 deles.
Os surtos de violência ocorreram apesar da presença de uma
força de cerca de 11 mil homens,
liderada pelos EUA, no Afeganistão. Ela tem como missão dar
continuidade à guerra ao terrorismo, perseguindo os membros do
Taleban ou da Al Qaeda ainda ativos no país. Ademais, a Otan lidera uma força internacional, de
5.380 homens, que atua exclusivamente na capital afegã, Cabul.
O governo central afegão, comandado pelo presidente Hamid
Karzai, assumiu interinamente o
poder no fim de 2001. Em junho
de 2002, uma Loya Jirga (assembléia tradicional afegã) transformou a autoridade interina em governo transitório. Este chegará ao
fim em meados de 2004.
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