São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2005

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Projeto assinala transição política de Ariel Sharon

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde que anunciou, há 18 meses, que Israel retiraria tropas de Gaza e desmantelaria todos os assentamentos da faixa costeira e alguns da Cisjordânia, Sharon reconfigurou a política em Israel e no Oriente Médio.
O premiê deixou de ser o patrono da direita dos assentamentos, colocou em prática idéias da esquerda, saiu do isolamento diplomático mundial, mas provocou uma rachadura na coesão na sociedade israelense.
Com seu deslocamento político para o centro, imobilizou os partidos religiosos e a extrema esquerda, elevou a direita secular, reabilitou o Partido Trabalhista, dividiu o Likud a ponto de o partido estar à beira da cisão formal, com a saída do ex-premiê Bibi Netanyahu do gabinete.
Sharon diz que desde o final da década de 80 defende no Likud o debate de concessões territoriais aos palestinos e que a idéia da medida unilateral surgiu pela falta de parceiro no lado palestino.
Com o plano, o ex-general que participou de todas as guerras de Israel foi ameaçado de morte pelos judeus mais radicais. A oposição o acusa de usar a saída de Gaza para desviar a atenção de suspeitas de corrupção e tráfico de influência contra ele e seus filhos. Ele nega.
Sharon diz que não se arrepende e não deve desculpas às pessoas que incentivou a morar em Gaza. Mas tem algo a dizer. Amanhã, discursará aos israelenses e em especial aos colonos.(MG)

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