São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2005

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"EIXO DO MAL"

Presidente diz que opção "está na mesa" para conter as pretensões nucleares dos iranianos; Schröder critica hipótese

Bush não descarta uso da força contra Irã

DA REDAÇÃO

O presidente americano, George W. Bush, disse ontem em entrevista a uma rede de televisão israelense que não descarta o uso da força militar contra o Irã.
"Todas as opções estão sobre a mesa. O uso da força é a última alternativa para qualquer presidente, mas vocês sabem que usamos a força num passado recente para defender nosso país", disse Bush, numa clara referência ao Iraque, invadido por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos em março de 2003.
O Irã enfureceu a União Européia e os Estados Unidos nesta semana após retomar o programa de enriquecimento de urânio e rejeitar uma oferta de incentivos políticos e econômicos da União Européia para desistir do projeto. O país havia suspendido suas atividades nucleares em novembro do ano passado, durante as negociações com a Europa, mas seus líderes ressaltaram que a interrupção era temporária.
Teerã afirma que seu programa tem fins pacíficos, mas inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encontraram centrífugas que podem ser usadas para enriquecer material para armas nucleares.
Bush afirmou também que ainda espera uma decisão "diplomática", uma vez que a União Européia, liderada por Reino Unido, Alemanha e França, tomou a frente nas negociações com o Irã. Washington havia demonstrado disposição de dar mais tempo para as negociações com o país.
O chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder -que irritou Bush na época da Guerra do Iraque por se opor a ela-, criticou a hipótese do uso da força contra o Irã. "Estou preocupado com os acontecimentos, porque ninguém quer que os líderes iranianos tenham controle sobre armas atômicas", disse o chanceler. "Os europeus e os americanos estão unidos nessa empreitada. Até agora estávamos unidos também nas formas de como isso seria feito."
O chanceler francês, Philippe Douste-Blazy, disse na última sexta-feira que as negociações ainda são possíveis para que o Irã suspenda as atividades com urânio.
Segundo ele, o próximo passo será no dia 3 de setembro, quando o diretor da AIEA Mohamed El Baradei se reportar sobre as atividades do Irã. Se o Irã continuar a desafiar a reivindicação global, outra reunião da AIEA será marcada, na qual Europa e EUA irão se esforçar para levar o país ao Conselho de Segurança da ONU para possíveis sanções.


Com agências internacionais

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