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"EIXO DO MAL"
Presidente diz que opção "está na mesa" para conter as pretensões nucleares dos iranianos; Schröder critica hipótese
Bush não descarta uso da força contra Irã
DA REDAÇÃO
O presidente americano, George W. Bush, disse ontem em entrevista a uma rede de televisão israelense que não descarta o uso
da força militar contra o Irã.
"Todas as opções estão sobre a
mesa. O uso da força é a última alternativa para qualquer presidente, mas vocês sabem que usamos a
força num passado recente para
defender nosso país", disse Bush,
numa clara referência ao Iraque,
invadido por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos em março de 2003.
O Irã enfureceu a União Européia e os Estados Unidos nesta semana após retomar o programa
de enriquecimento de urânio e rejeitar uma oferta de incentivos
políticos e econômicos da União
Européia para desistir do projeto.
O país havia suspendido suas atividades nucleares em novembro
do ano passado, durante as negociações com a Europa, mas seus líderes ressaltaram que a interrupção era temporária.
Teerã afirma que seu programa
tem fins pacíficos, mas inspeções
da Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) encontraram centrífugas que podem ser
usadas para enriquecer material
para armas nucleares.
Bush afirmou também que ainda espera uma decisão "diplomática", uma vez que a União Européia, liderada por Reino Unido,
Alemanha e França, tomou a
frente nas negociações com o Irã.
Washington havia demonstrado
disposição de dar mais tempo para as negociações com o país.
O chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schröder -que irritou
Bush na época da Guerra do Iraque por se opor a ela-, criticou a
hipótese do uso da força contra o
Irã. "Estou preocupado com os
acontecimentos, porque ninguém
quer que os líderes iranianos tenham controle sobre armas atômicas", disse o chanceler. "Os europeus e os americanos estão unidos nessa empreitada. Até agora
estávamos unidos também nas
formas de como isso seria feito."
O chanceler francês, Philippe
Douste-Blazy, disse na última sexta-feira que as negociações ainda
são possíveis para que o Irã suspenda as atividades com urânio.
Segundo ele, o próximo passo
será no dia 3 de setembro, quando
o diretor da AIEA Mohamed El
Baradei se reportar sobre as atividades do Irã. Se o Irã continuar a
desafiar a reivindicação global,
outra reunião da AIEA será marcada, na qual Europa e EUA irão
se esforçar para levar o país ao
Conselho de Segurança da ONU
para possíveis sanções.
Com agências internacionais
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