COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No estudo das novas religiões, tanto Gordon Melton, do Instituto para o Estudo da Religião Americana, quanto Christopher Partridge, da Universidade de Chester (Reino Unido), apontam como as mais "originais" aquelas cuja explicação para o mistério da vida se encontra em discos voadores e seres extraterrestres.
Nesse segmento, a mais famosa é a Revolução Raeliana. Os raelianos sustentam que a humanidade foi criada por extraterrestres que visitaram nosso planeta há 25 mil anos. A Revolução Raeliana foi criada pelo jornalista francês Claude Vorilhon -ou Rael, como se chama agora- em 1973 e diz ter hoje 60 mil seguidores em 90 países deste canto do universo.
Rael diz que naquele ano teve um encontro com um ET, que lhe transmitiu a seguinte mensagem: "Nós criamos toda a vida na Terra. Vocês nos tomaram por deuses. Nós estamos na origem das suas principais religiões. Agora que vocês estão maduros o suficiente para entender isso, gostaríamos de fazer contato oficial através de uma embaixada". Quando essa "embaixada" for construída, dizem os raelianos, os ETs farão uma visita ao planeta.
No final de 2002, os raelianos garantiram as manchetes de jornais do mundo inteiro ao anunciar que a Clonaid, uma empresa fundada por membros da religião, havia pela primeira vez clonado um ser humano. Nesses dois anos, a empresa afirma que já clonou 13 humanos, mas não apresentou provas dos feitos.
Entre as religiões que dão grande importância ao meio ambiente, está a Wicca, criada há cerca de 50 anos por um britânico apropriadamente chamado Gerald Gardner ("jardineiro"). Com referências a divindades celtas e associada à feitiçaria, a Wicca ofende muitos porque parte de seus seguidores fazem cerimônias nus ao ar livre. Apesar de não ter muita expressão, a religião já foi alvo de críticas de George W. Bush, que, quando era governador do Texas, reclamou contra soldados de uma base militar que queriam autorização para praticar rituais.
Se a Wicca rejeita a classificação de seita satânica feita por alguns críticos, há uma religião que se autodenomina Igreja de Satã. Fundada em 1966 pelo americano Anton LaVey -um ex-domador de leões, hipnotizador, pianista de cabaré e fotógrafo da polícia de São Francisco-, a Igreja de Satã defende a necessidade de uma religião que reconheça o ser humano como um animal carnal com desejos e emoções (como ódio, cobiça e luxúria) que não devem ser reprimidos.
Com proclamados 10 mil seguidores, a religião tem nove pecados capitais -estupidez, pretensão, solipsismo (segundo o "Aurélio": "doutrina segundo a qual a única realidade no mundo é o eu"), auto-ilusão, conformismo, orgulho contraprodutivo, falta de perspectiva, desconsideração de ortodoxias antigas e ausência de estética. Assim como a maioria das outras novas religiões, a Igreja de Satã conta com a internet para conseguir mais adesões. No seu site, a página para novas filiações tem versões em chinês e francês.
A rede mundial de computadores, aliás, é um terreno fértil para religiões que parecem não passar de brincadeiras de gozadores. Rápidas pesquisas no Google mostram religiões cujos deuses são celebridades como Elvis Presley, John Coltrane, Ed Wood e até os Jedi, os guerreiros da série "Guerra nas Estrelas". Segundo a BBC, no censo de 2001 no Reino Unido, quase 400 mil britânicos disseram ser adeptos da religião Jedi.(VP)

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