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Israel corre risco
de se isolar, diz
estudo interno
DA ASSOCIATED PRESS
Israel está em rota de colisão
com a União Européia e, em
dez anos, sem uma acordo de
paz com os palestinos, poderá
se tornar um "Estado pária", a
exemplo do que foi a África do
Sul nos tempos do apartheid.
A previsão é feita em estudo
de 25 páginas, redigido dentro
do próprio governo israelense.
A agência de notícias Associated Press e o jornal israelense
"Haaretz" tiveram acesso ao
texto, feito pelo Centro de Pesquisa Política da Chancelaria.
O estudo diz que a União Européia tende a se fortalecer e a
definir uma política unificada
em relação ao Oriente Médio.
Ela ganharia espaço em detrimento dos Estados Unidos,
aliados tradicionais de Israel.
Dentro desse cenário, "uma
Europa mais influente tende a
pressionar para enquadrar Israel em convenções internacionais" e em determinações das
Nações Unidas, o que limitaria
a "liberdade de ação" de que o
país dispõe hoje para administrar seu conflito com os integrantes do campo palestino.
O estudo constata que "Israel
pagará o preço pela crescente
concorrência entre a União Européia e os EUA".
O atual chanceler de Israel,
Silvan Shalom, tem reiterado a
necessidade de fortalecer suas
relações com a Europa. Mas, ao
mesmo tempo, o governo israelense acusa os europeus de
inflexões favoráveis aos palestinos e se queixa da aparição de
ondas de anti-semitismo.
Segundo o estudo, "uma nova forma de anti-semitismo,
que está crescendo na Europa,
nega a Israel a legitimidade de
um Estado judaico soberano".
Em Bruxelas, a Associated
Press relata que a UE registra
divergências "significativas"
com Israel em torno de temas
como o muro construído entre
o território israelense e a Cisjordânia e a política em Gaza.
Porta-voz da UE disse que os
israelenses não gostam que
lhes digam que os assentamentos judaicos inviabilizam a criação de um Estado Palestino.
O estudo diz ainda que, mesmo na hipótese de a UE não se
tornar uma potência internacional, Israel continuará a correr o risco de um crescente isolamento, o que não ocorrerá se
for resolvido o conflito com os
palestinos.
O chefe da representação da
UE em Israel, Giancarlo Chevallard, escreveu que, em se tratando dos conflitos no Oriente
Médio, Israel prefere manter a
Europa distante e investe todo
o seu cacife em suas boas relações com os Estados Unidos.
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