DO "NEW YORK TIMES", EM BAGDÁ

Integrantes do Conselho de Governo do Iraque decidiram rejeitar o plano de elaborar uma nova Constituição nos próximos meses. Argumentaram que devem de imediato se transformar em governo provisório.
Eles afirmaram, na quarta-feira, ter chegado a um acordo segundo o qual esboçar uma Constituição ou eleger constituintes, como o querem os poderosos líderes xiitas, seriam alternativas que provocariam forte divisão interna.
Em lugar de se preocupar com uma nova Constituição, os integrantes do conselho, todos indicados pelos EUA, disseram que esboçarão uma "lei básica", na esperança de obter reconhecimento internacional para constituir um governo provisório, capaz de substituir em parte as atribuições de Paul Bremer, o administrador civil americano. Com isso, cumpririam uma das metas fixadas em resolução, em outubro, pelo Conselho de Segurança da ONU.
O novo plano político foi aprovado, sem votação formal, pelas facções presentes no conselho, entre elas as lideranças curdas, os partidos xiitas e a minoria de sunitas independentes. Jalal Talabani, o líder curdo que ocupa a presidência provisória do conselho, disse que estabelecer um governo provisório antes de elaborar a Constituição era ao mesmo tempo necessário e sensato.
O CS fixou para 15 de dezembro o prazo para que os iraquianos adotem um cronograma com as datas de eleições e de um esboço constitucional para o país.
A proposta de quarta-feira é um pouco diferente. Segundo os conselheiros, a chamada "lei básica" fixaria princípios para um governo iraquiano na transição que só então convocaria eleições nacionais. O governo provisório ganharia operacionalidade.