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São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

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GUERRA SEM LIMITES

Atenção ao tema no Ocidente não é compartilhada nesses países, que vivem sob regimes autoritários

Mundo árabe impede debate sobre terror

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

É previsível que os países árabes tenham sido diretamente interpelados em suas identidades políticas pelo 11 de Setembro e pelas duas guerras que levaram à presença militar norte-americana no Afeganistão e no Iraque.
Mas nesses países o tema não é objeto de livre discussão interna. Eles têm regimes autoritários em que as universidades, revistas teóricas e editoras não problematizam as questões que afetam diretamente a sociedade.
Como outro produto do autoritarismo há também o fato de setores mais informados da sociedade, mesmo se alinhados ao antiamericanismo oficial, não influenciarem na elaboração da diplomacia e das políticas públicas.
Essas e outras questões são debatidas por dois especialistas que foram ouvidos pela Folha.
O professor francês Olivier Roy, 54, é um dos maiores especialistas europeus em política e islamismo. Pesquisador do Centro Nacional da Pesquisa Científica e do Instituto de Ciências Políticas de Paris, a Sciences Po, já lecionou em Princeton (EUA) e tem, entre suas pesquisas, as formas de organização dos combatentes islâmicos afegãos nos anos 80, durante a guerra de desgaste a que submeteram a então União Soviética.
Hayat Alvi, 34, norte-americana descendente de árabes e indianos, é doutora pela Universidade Howard, de Washington, e é hoje professora do departamento de ciência política na Universidade Americana do Cairo.
Estuda idéias e preconceitos conspirativos -como o de que a rede de televisão árabe Al Jazira faria o jogo de Israel ou que o Mossad, o serviço secreto israelense, seria o autor do 11 de Setembro- que, no fundo, traduzem a conhecida hostilidade do árabe comum por Israel e por seus aliados dos EUA.
Ela também é especialista em língua árabe e sobrinha do poeta indiano Mohammad Alvi.


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