DE BUENOS AIRES

O governo argentino apresentou ontem uma denúncia penal contra a juíza María José Sarmiento, que anulou, na última sexta, dois decretos da presidente do país, Cristina Kirchner -o que cria fundo para pagamento da dívida externa com reservas do Banco Central e o que exonera o presidente do banco, Martín Redrado, por se recusar a obedecer.
As decisões de Sarmiento levaram a Casa Rosada a uma crise política que levou ao adiamento do plano do governo de lançar, neste mês, nova oferta de troca da dívida externa.
Sarmiento foi denunciada pelo governo como cúmplice de uma "fraude processual" encabeçada pelo deputado Fernando Pinedo (Proposta Republicana). Pinedo é o autor do pedido de medida cautelar de suspensão do decreto de criação do fundo.
Aníbal Fernández, chefe de gabinete de Cristina, disse que "todo esse ardil não poderia ocorrer se a juíza não tivesse acatado cada pedido [de Pinedo]", o que a tornaria "partícipe necessário" [da fraude]".
Pinedo disse que a denúncia foi uma "agressão pessoal" contra ele, em entrevista ao lado do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, pré-candidato à Presidência.
O governo divulgou que o juiz americano que embargou na última terça uma conta argentina no Tesouro dos EUA (em razão do decreto de criação do fundo) suspendeu ontem a medida. O BC negou, dizendo ter havido só prazo para negociar acordo.


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