DA REDAÇÃO

O Congresso de Honduras declarou anteontem à noite que o presidente golpista Roberto Micheletti será deputado vitalício do país.
Segundo deputados, o cargo -não previsto na Constituição- é apenas uma homenagem. Suspeita-se que a manobra vise dar imunidade a Micheletti, enquanto se discute a anistia aos envolvidos no golpe de junho.
O líder interino assumiu o governo em 28 de junho passado, após a destituição do então presidente Manuel Zelaya, que insistia em uma consulta sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte considerada ilegal por Justiça e Congresso.
Micheletti disse ter "a convicção de que fizemos o correto, o legal e o legítimo" e que cumpriu com o compromisso -acertado em um acordo intermediado pelos EUA- de realizar a eleição presidencial de novembro, vencida por Porfirio Lobo.
Ele se disse esperançoso de que vários países reconhecerão o novo governo, que tomará posse no dia 27.
Desde que retornou a Honduras, em 21 de setembro, Zelaya está na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Ontem, Micheletti reiterou que depende apenas de Zelaya permanecer no local. Mas, em dezembro, ele negou um salvo-conduto ao líder deposto, pedido pelo México.
O governo interino afirmou que só outorgará o documento se Zelaya for para um asilo político fora da América Central.
Também ontem, os comandantes das Forças Armadas hondurenhas se apresentaram à Corte Suprema para dar explicações a respeito da expulsão de Zelaya do país, no dia do golpe. O conteúdo das declarações não havia sido divulgado até o fechamento desta edição.

Com agências internacionais

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