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Bilionário, Hariri tinha negócios até no Brasil
GUSTAVO CHACRA
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
Rafik Hariri, 60, era um bilionário com negócios em todo o mundo - inclusive no Brasil- que
ganhou notoriedade internacional ao levar adiante o projeto de
reconstrução de Beirute.
Nascido em Sidon, no sul do Líbano, Hariri era muçulmano sunita não-religioso. Fez fortuna na
construção civil na Arábia Saudita, onde possui fortes laços com a
monarquia. Após a Guerra Civil
libanesa (1975-90), retornou ao
seu país, onde entrou para a política. Em 1992, virou premiê.
Até um ano atrás, ele era aliado
da Síria. Em entrevista à Folha em
2003, o ex-premiê disse que "as
tropas sírias vieram ao Líbano a
convite dos libaneses". Na sua visita ao Brasil, Hariri fez questão
de vir no seu próprio avião.
A mudança ocorreu devido à
sua rivalidade com o presidente
Emile Lahoud, que começou a receber mais atenção de Damasco.
A assessoria do site novolibano.com.br (curiosamente, a foto
da capa do site retrata a marina do
hotel Saint George, onde foi o
atentado de ontem), mantido pela
Fundação Hariri, diz que ele possuía investimentos no mercado
imobiliário e esperava por autorização do Banco Central para abrir
um banco de investimentos.
Apesar de ter vindo apenas três
vezes ao país, em 1995, 1997 e
2003, ele "adorava o Brasil", segundo o ex-prefeito de São Paulo
Paulo Maluf (1993-96), descendente de libaneses que se encontrou com Hariri durante as visitas
e também em outras ocasiões em
Paris e Beirute.
"Acho que o atentado contra
ele, mais do que um atentado político contra um homem honrado,
um homem de bem e trabalhador, foi um atentado contra a nação libanesa", disse Maluf, que,
como típica prova de admiração,
batizou uma praça perto do aeroporto de Congonhas com o nome
de um filho morto de Hariri.
Hariri contava com o respeito
de grande parte da comunidade
libanesa no Brasil. Lody Brais,
uma das figuras mais conhecidas
entre os libaneses que vivem no
país, disse que "Hariri trabalhava
pela retirada das tropas sírias".
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