São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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EUA matam 27 em ataque na fronteira do Paquistão

Enviado de Obama se reúne com Karzai, que cita tensão

DA REDAÇÃO

Pelo menos 27 pessoas morreram ontem em um novo ataque americano ao Paquistão, na região próxima à conturbada fronteira afegã. Segundo militares dos EUA, os mortos eram extremistas ligados ao Taleban.
A ação é a mais recente de uma série realizada por aeronaves americanas não tripuladas que deixou dezenas de mortos civis. Islamabad, aliada de Washington na chamada "guerra ao terror", diz que os bombardeios insuflam o extremismo. Mas o governo do democrata Barack Obama nos EUA já deu sinais de que manterá a política de seu antecessor sobre o tema.
O ataque visou Shrawangai Nazarkhel, no Waziristão do Sul, sudoeste do país e parte da região tribal com forte presença do Taleban e da Al Qaeda, na divisa afegã. Entre os mortos há afegãos e uzbeques, segundo autoridades paquistanesas.
Também ontem, a ONU pediu contato direto com os captores do americano John Solecki, chefe local de sua agência de refugiados, sequestrado no último dia 2. Na véspera, um grupo que se apresentou como Frente Unida de Libertação do Baluquistão divulgou um vídeo em que Solecki diz passar mal.
O grupo ameaçou matá-lo se Islamabad não libertasse militantes presos em 72 horas. O governo afirma estar "fazendo o possível" para soltar Solecki.

Afeganistão
Do outro lado da fronteira, o enviado especial dos EUA ao Paquistão e ao Afeganistão, Richard Holbrooke, reuniu-se com o presidente Hamid Karzai. Os laços do afegão com os EUA têm sido abalados pelas constantes críticas do aliado à apatia de Cabul no combate a extremistas e à leniência com a produção e o tráfico de ópio.
Obama vê o Afeganistão como prioritário em sua política de segurança e planeja aumentar seus soldados no país de cerca de 30 mil para até 60 mil.
Mas Karzai se queixou de até agora não ter conversado com o colega americano, empossado em 20 de janeiro. "Há tensão entre nós e o governo dos EUA em questões como mortes de civis, prisão de afegãos e buscas noturnas em casas", declarou ele à rede de TV Al Jazeera antes da chegada de Holbrooke.
Karzai e Holbrooke, que irá ainda à Índia, não comentaram o encontro ontem e marcaram entrevista coletiva para hoje.


Com agências internacionais


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