|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA matam 27 em ataque na fronteira do Paquistão
Enviado de Obama se reúne com Karzai, que cita tensão
DA REDAÇÃO
Pelo menos 27 pessoas morreram ontem em um novo ataque americano ao Paquistão, na
região próxima à conturbada
fronteira afegã. Segundo militares dos EUA, os mortos eram
extremistas ligados ao Taleban.
A ação é a mais recente de
uma série realizada por aeronaves americanas não tripuladas
que deixou dezenas de mortos
civis. Islamabad, aliada de Washington na chamada "guerra ao
terror", diz que os bombardeios
insuflam o extremismo. Mas o
governo do democrata Barack
Obama nos EUA já deu sinais
de que manterá a política de
seu antecessor sobre o tema.
O ataque visou Shrawangai
Nazarkhel, no Waziristão do
Sul, sudoeste do país e parte da
região tribal com forte presença do Taleban e da Al Qaeda, na
divisa afegã. Entre os mortos há
afegãos e uzbeques, segundo
autoridades paquistanesas.
Também ontem, a ONU pediu contato direto com os captores do americano John Solecki, chefe local de sua agência de
refugiados, sequestrado no último dia 2. Na véspera, um grupo que se apresentou como
Frente Unida de Libertação do
Baluquistão divulgou um vídeo
em que Solecki diz passar mal.
O grupo ameaçou matá-lo se
Islamabad não libertasse militantes presos em 72 horas. O
governo afirma estar "fazendo
o possível" para soltar Solecki.
Afeganistão
Do outro lado da fronteira, o
enviado especial dos EUA ao
Paquistão e ao Afeganistão, Richard Holbrooke, reuniu-se
com o presidente Hamid Karzai. Os laços do afegão com os
EUA têm sido abalados pelas
constantes críticas do aliado à
apatia de Cabul no combate a
extremistas e à leniência com a
produção e o tráfico de ópio.
Obama vê o Afeganistão como prioritário em sua política
de segurança e planeja aumentar seus soldados no país de
cerca de 30 mil para até 60 mil.
Mas Karzai se queixou de até
agora não ter conversado com o
colega americano, empossado
em 20 de janeiro. "Há tensão
entre nós e o governo dos EUA
em questões como mortes de
civis, prisão de afegãos e buscas
noturnas em casas", declarou
ele à rede de TV Al Jazeera antes da chegada de Holbrooke.
Karzai e Holbrooke, que irá
ainda à Índia, não comentaram
o encontro ontem e marcaram
entrevista coletiva para hoje.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Para historiador, católicos reagem a conservadorismo Próximo Texto: Jovens do Irã criam vida paralela Índice
|