São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Al Jazira diz ter vídeo do assassinato, mas não o exibirá porque imagens "são horríveis'; Roma confirma morte

Insurgentes assassinam refém italiano

DA REDAÇÃO

Extremistas islâmicos que seqüestraram quatro civis italianos no Iraque mataram ontem um dos cativos. A TV qatariana Al Jazira, que levara ao ar imagens dos prisioneiros, afirmou ter recebido um vídeo do assassinato, mas disse que não o exibiria "porque as imagens são horríveis".
Segundo a Al Jazira, a milícia disse que o refém foi morto porque Roma se recusou a cumprir sua demanda de tirar suas tropas do país e ameaçou matar os outros três italianos caso a exigência não fosse cumprida. Roma tem cerca de 3.000 soldados no Iraque.
Horas depois, o chanceler italiano, Franco Frattini, confirmou a morte ao saber que seu embaixador em Qatar assistiu ao vídeo enviado a Al Jazira. Nele, Fabrizio Quattrocchi, um segurança genovês de 36 anos, aparece sendo encapuzado por seus captores antes de receber um tiro na nuca.
É a primeira morte confirmada de um refém desde que a atual onda de seqüestros de estrangeiros começou, na semana passada.
"Eles destruíram uma vida, mas não abalaram nossos valores e nossos esforços pela paz", disse o premiê italiano, Silvio Berlusconi após a confirmação da morte. O premiê enviou um representante ao Iraque para negociar com os seqüestradores, um grupo que se identifica como Brigadas Verdes.
A Chancelaria declarou que uma empresa americana de segurança chamada DST relatou segunda-feira o desaparecimento de quatro funcionários italianos no Iraque, mas a relação entre os fatos não foi confirmada.
Segundo o comando militar americano, milícias iraquianas seqüestraram cerca de 40 civis de 12 nacionalidades nos últimos dias, parte dos quais já foi libertada. Mas a contabilização feita por agências de notícias supera 55.
O governo japonês está investigando o desaparecimento de mais dois civis no Iraque, disse a agência de notícias Kyodo. Três assistentes humanitários japoneses estão desaparecidos desde a semana passada. Uma empresa japonesa, supostamente a que emprega os dois novos desaparecidos, recebeu um e-mail mencionando seqüestro, disse a Chancelaria.
Um jornalista francês que estava desaparecido desde domingo foi libertado ontem. Alexandre Jourdanov, capturado quando filmava um documentário da agência de notícias Capa TV para o Canal Plus, passa bem, mas disse que sua vida foi ameaçada.
A onda de seqüestros está provocando uma debandada de civis estrangeiros. Ontem foi a vez do Canadá de recomendar que seus cidadãos deixassem o Iraque.
As Filipinas estão avaliando se mantêm ou retiram os cerca de cem soldados que enviaram ao país. A Rússia, por sua vez, informou que está retirando do Iraque cerca de 550 cidadãos seus e 263 de ex-repúblicas soviéticas.


Com agências internacionais

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