São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

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Principais jornais dos EUA criticam Bush

DA REDAÇÃO

Os principais jornais americanos receberam com críticas, ou no mínimo reservas, as afirmações feitas pelo presidente George W. Bush na entrevista coletiva de anteontem na Casa Branca.
A coletiva, apenas a terceira realizada por Bush em horário nobre (20h30 de Washington) em todo o seu mandato, foi feita com o intuito de reverter o atual quadro desfavorável ao presidente, candidato à reeleição em novembro.
O "New York Times" disse em editorial que as respostas de Bush foram "perturbadoramente errantes e desfocadas" e que não conseguiram dar explicações "para as perguntas mais importantes para os americanos: como tirar o Iraque do caos e o que ele aprendeu com as investigações do 11 de Setembro".
Em texto analítico, o "Washington Post" disse que o presidente estava sob pressão para mostrar que tem um plano vitorioso para o Iraque, mas que seu desempenho deixou "mais perguntas do que respostas".
"Bush foi indagado sobre quais lições tirou dos eventos desde o 11 de Setembro. Ele parou, balançou a cabeça, fez uma expressão de dúvida e acabou no vazio: "Tenho certeza que alguma coisa vai surgir na minha cabeça aqui no meio dessa entrevista, com toda a pressão para dar uma resposta. Mas não surgiu nada.'"
O "Los Angeles Times" criticou o despreparo do governo. "O sucesso da transição [no Iraque] vai depender largamente das capacidades diplomáticas que essa administração ainda precisa mostrar e de informações de inteligência confiáveis que as agências ainda precisam obter."
O "Chicago Tribune", em texto analítico, afirmou que as respostas oferecidas por Bush foram insuficientes e sugeriu que o presidente pretendeu manipular a imprensa, com objetivos eleitorais, ao fazer um pronunciamento inicial de 17 minutos antes de começar a responder as perguntas: "Foi quase como se ele estivesse tentando fazer um discurso para a nação sob o disfarce de uma entrevista coletiva".

Kerry
O virtual candidato democrata à Presidência, John Kerry, disse que a política "teimosa" de Bush para o Iraque está custando vidas e dinheiro. Kerry prometeu que, se eleito, irá estabelecer uma parceria com as Nações Unidas para solucionar o problema no Iraque.
Também ontem, cerca de 40 parentes de veteranos e militares que estão servindo no Iraque fizeram manifestação em frente à Casa Branca para pedir que Bush "termine a guerra".


Com agências internacionais


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