UOL


São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ÁFRICA

Grupo de europeus foi detido há 2 meses, provavelmente por extremistas islâmicos

Argélia resgata turistas sequestrados

Franz Neumayr/France Presse
O austríaco Christoph Langes revê a namorada, após ser solto


DA REDAÇÃO

Tropas argelinas atacaram o suposto esconderijo de um grupo extremista islâmico no deserto do Saara e libertaram 17 turistas europeus que estavam sequestrados há cerca de dois meses. Outros 15 viajantes continuavam desaparecidos, informou o Exército.
Segundo o jornal "El Watan", cerca de cem soldados das forças especiais da Argélia participaram da operação de resgate perto da cidade de Illizi (cerca de 1.200 km ao sul de Argel). Pelo menos 9 militantes do Grupo Salafista para a Predicação e o Combate teriam morrido.
"Os turistas foram libertados pela força, não após negociações, o que significa que as perspectivas dos outros não são muito boas", disse um diplomata à agência Reuters. "Os militares terão de agir rápido para libertá-los."
"Esperamos que os outros reféns sejam libertados com vida", disse o ministro das Relações Exteriores argelino, Abdelaziz Belkhadem. Dez alemães, quatro suíços e um holandês permaneciam sob controle dos sequestradores.
Dez austríacos, seis alemães e um sueco foram libertados e levados, na noite de terça-feira, para um hospital militar em Argel, onde foram examinados.
Ontem, embarcaram para a Áustria e a Alemanha e, ao chegar -cansados e enfraquecidos, mas aparentemente sem problemas de saúde mais graves-, não deram declarações. "Nenhum deles se feriu com seriedade", disse um porta-voz da Embaixada da Alemanha na capital argelina.
O Grupo Salafista para a Predicação e o Combate, suspeito de possuir relações com a rede Al Qaeda, tem como objetivo a instalação de um Estado islâmico na Argélia. Em 1999, rejeitou uma proposta de anistia política em troca do abandono das armas.
Os sequestros ocorreram no final de fevereiro, quando 32 turistas desapareceram numa região remota ao sul da Argélia. Eles viajavam em pequenos grupos, sem guias, em veículos com tração nas quatro rodas. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos sequestros.
A área, na fronteira entre a Líbia, o Mali e o Níger, possui belas paisagens e tumbas antigas, mas é também uma região de contrabando de drogas e de armas.
Desde março, as autoridades argelinas tentam localizar os turistas sequestrados numa área de mais de 2 milhões de km2 no deserto ao sul do país. Milhares de soldados e aviões equipados com sensores térmicos, que permitem detectar movimentações no solo, participaram das buscas.
A Argélia vive há dez anos em meio a um levante de fundamentalistas islâmicos. Estima-se que ao menos 120 mil pessoas tenham morrido desde que a violência começou em 1992, quando o governo, apoiado pelo Exército, cancelou eleições para impedir a vitória de um partido islâmico.

Com agências internacionais


Texto Anterior: Iraque ocupado: EUA querem endurecer medidas de segurança
Próximo Texto: Rússia: Novo atentado mata 14 na Tchetchênia
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.