FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O pior cenário para os planos de reeleição em 2004 do presidente dos EUA, George W. Bush, começa a se materializar.
Pesquisa divulgada ontem mostra que, embora os americanos continuem apoiando amplamente o trabalho de Bush e a condução da guerra contra o Iraque, há um forte descontentamento em relação à situação econômica e, em particular, ao desemprego.
Para piorar, os americanos são contra o principal plano do presidente para recuperar o fôlego econômico. Acreditam que, em vez de cortar impostos, Bush deveria se preocupar em diminuir o déficit fiscal americano.
A pesquisa, realizada pelo "New York Times" e pela TV CBS, mostra que 67% dos americanos apóiam Bush no governo e 74%, na condução da guerra no Iraque -percentuais próximos aos aferidos há algumas semanas.
Na economia, no entanto, o grau de aprovação a Bush vem mostrando uma rápida deterioração. Houve uma queda de sete pontos -para 47%- no percentual de americanos que confiam nas decisões econômicas do presidente. Um percentual menor ainda de americanos (43%) aprova seu trabalho na economia.
Os problemas da economia preocupam 40%, contra 15% que vêem o terrorismo como o maior problema. A economia é mal avaliada por 55%, e 58% acham que os indicadores pioraram.
Durante os últimos dias, Bush vem "vendendo" em todas as oportunidades que tem o plano do governo de cortar US$ 550 bilhões em impostos em dez anos para estimular a economia. A proposta, aprovada pela Câmara, ainda precisa passar pelo Senado.
A Casa Branca insiste que o corte, que deve beneficiar principalmente os mais ricos, poderia criar até 1 milhão de novos empregos até o final do ano que vem. Mas estudos do Congresso indicam que a medida poderá ajudar a criar, na média, 560 mil empregos em um prazo de cinco anos.


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