São Paulo, sábado, 15 de maio de 2004

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Combate chega ao centro de Najaf

DA REDAÇÃO

Pela primeira vez desde que os EUA cercaram Najaf e intensificaram suas ações contra o clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, há quase 40 dias, os combates atingiram o centro da cidade considerada sagrada pelos xiitas -algo que o comando americano temia gerar um levante nacional.
Sete tanques invadiram um cemitério nas cercanias da cidade, palco de combates anteriores, e explosões e tiros foram ouvidos por cerca de seis horas na região da maior delegacia local, a 1 km dos principais templos xiitas.
Após os embates, Al Sadr exibiu a jornalistas três furos no domo da mesquita do imã Ali, a mais importante, atribuindo-os a tiros das forças americanas. Mas o porta-voz militar dos EUA, general Mark Kimmitt, reagiu: "Só de olhar para o local de onde estávamos atirando e para onde estava milícia de Moqtada, eu aposto dinheiro que foi ele quem fez isso".
Segundo registros hospitalares, o confronto deixou quatro mortos e 26 feridos, civis em sua maioria. É provável que mais gente tenha morrido no cemitério, mas os corpos não foram recolhidos.
No fim da tarde, a milícia de Al Sadr, o Exército Mehdi, atacou a base da Autoridade Provisória da Coalizão em Nassiriah, ao sul, e tomou o gabinete do governador. Cerca de 20 funcionários estrangeiros ficaram presos no prédio.
O principal clérigo xiita do Iraque, aiatolá Ali al Sistani, voltou a pedir, por meio de assessores, o cessar-fogo.

Transição
O líder da APC, Paul Bremer, disse ontem que os EUA deixarão o Iraque se os iraquianos assim quiserem. "Se o governo interino pedir nossa saída, sairemos. Mas não acho que isso acontecerá", disse. A APC será dissolvida em 30 de junho próximo, quando assumirá um governo interino iraquiano, mas a presença militar americana deve ser mantida.
A seis semanas da transição, o modelo do governo não foi definido. A expectativa é que ele seja determinado por uma resolução da ONU, que já está sendo discutida informalmente no Conselho de Segurança.
Ontem, o chanceler francês, Michel Barnier, e seus colegas do G-8 se reuniram com o presidente George W. Bush na Casa Branca. Um dos temas discutidos foi a limitação da estada americana no Iraque e seu condicionamento à permissão do governo provisório.


Com agências internacionais

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