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"É uma página que vira", afirma irmã de engenheiro
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
Até a última semana, em Juiz
de Fora (MG), a família do engenheiro João José de Vasconcellos Jr. vivia o drama da total
falta de notícias.
"É a página que a gente vai
poder virar na nossa vida", disse ontem Karla Vasconcellos,
uma das irmãs do engenheiro.
Já Isabel Vasconcellos El-Khouri, questionada sobre a
importância de, após dois anos
e meio, encontrar o corpo do irmão, respondeu: "É difícil não
termos a explicação do que de
fato ocorreu, como ele morreu".
Os pais do engenheiro reagiram com tristeza à notícia de
sua morte, segundo a filha.
"Mas eles estão bem, dentro do
possível", disse ela.
Karla acrescentou que, mesmo que a confirmação da morte
do irmão fosse esperada nesses
últimos meses, sempre restou
na família um sentimento de
que ele ainda pudesse estar vivo. "Vivemos um sentimento
de tristeza, de emoção. Apesar
de que tudo somasse para esse
fim [a confirmação da morte],
nós sempre mantínhamos um
fio de esperança", afirmou.
Segundo ela, "há vários dias"
a família foi avisada da possibilidade de um corpo encontrado
no Iraque ser o do seu irmão.
Restou então aguardar a confirmação, após a chegada dos exames de DNA.
Nesses quase dois anos e
meio, a família manteve permanente contato com o Itamaraty e a Embaixada do Brasil no
Kuait, disse Karla, sem dar detalhes de como eram esses contatos.
As autoridades, segundo ela,
já dispunham de vasto material
fornecido pela família que poderiam facilitar a identificação
do corpo, por meio de DNA e
outros exames necessários, tão
logo o corpo fosse achado.
"Tudo foi feito para que houvesse agilidade", afirmou.
Em Juiz de Fora -onde Vasconcellos cresceu e se formou e
onde será enterrado hoje- vivem ainda outra irmã, Isabel, e
os pais, Maria de Lourdes, 80, e
João José Vasconcellos, 77.
Luiz Alberto de Vasconcellos,
também irmão de João José, vive no Rio de Janeiro.
A mulher e os três filhos de
Vasconcellos não falaram com
a imprensa desde o desaparecimento. Na época, eles viviam
em Miami, e, depois, no Rio de
Janeiro.
(PAULO PEIXOTO E ITALO NOGUEIRA)
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