São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"É uma página que vira", afirma irmã de engenheiro

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO

Até a última semana, em Juiz de Fora (MG), a família do engenheiro João José de Vasconcellos Jr. vivia o drama da total falta de notícias.
"É a página que a gente vai poder virar na nossa vida", disse ontem Karla Vasconcellos, uma das irmãs do engenheiro.
Já Isabel Vasconcellos El-Khouri, questionada sobre a importância de, após dois anos e meio, encontrar o corpo do irmão, respondeu: "É difícil não termos a explicação do que de fato ocorreu, como ele morreu".
Os pais do engenheiro reagiram com tristeza à notícia de sua morte, segundo a filha. "Mas eles estão bem, dentro do possível", disse ela.
Karla acrescentou que, mesmo que a confirmação da morte do irmão fosse esperada nesses últimos meses, sempre restou na família um sentimento de que ele ainda pudesse estar vivo. "Vivemos um sentimento de tristeza, de emoção. Apesar de que tudo somasse para esse fim [a confirmação da morte], nós sempre mantínhamos um fio de esperança", afirmou.
Segundo ela, "há vários dias" a família foi avisada da possibilidade de um corpo encontrado no Iraque ser o do seu irmão. Restou então aguardar a confirmação, após a chegada dos exames de DNA.
Nesses quase dois anos e meio, a família manteve permanente contato com o Itamaraty e a Embaixada do Brasil no Kuait, disse Karla, sem dar detalhes de como eram esses contatos.
As autoridades, segundo ela, já dispunham de vasto material fornecido pela família que poderiam facilitar a identificação do corpo, por meio de DNA e outros exames necessários, tão logo o corpo fosse achado.
"Tudo foi feito para que houvesse agilidade", afirmou.
Em Juiz de Fora -onde Vasconcellos cresceu e se formou e onde será enterrado hoje- vivem ainda outra irmã, Isabel, e os pais, Maria de Lourdes, 80, e João José Vasconcellos, 77. Luiz Alberto de Vasconcellos, também irmão de João José, vive no Rio de Janeiro.
A mulher e os três filhos de Vasconcellos não falaram com a imprensa desde o desaparecimento. Na época, eles viviam em Miami, e, depois, no Rio de Janeiro.
(PAULO PEIXOTO E ITALO NOGUEIRA)


Texto Anterior: Corpo de brasileiro desaparecido no Iraque é devolvido
Próximo Texto: Memória: Grupo nunca exibiu prova de vida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.