do enviado especial a Bogotá

O narcotráfico é um negócio que movimenta por ano o equivalente a cerca de 40% de tudo o que o Brasil produz (seu PIB, Produto Interno Bruto): algo em torno de US$ 300 bilhões.
Essa formidável pilha de dinheiro é que dá aos narcotraficantes a condição de grande ator no cenário colombiano, até porque é da Colômbia que sai 80% da cocaína consumida nos EUA.
No ano passado, a produção de cocaína em território colombiano cresceu 28%.

Cartéis
Por mais que o governo da Colômbia tenha tido êxito em desmantelar cartéis outrora poderosos (os de Cali e Medellín), outros nasceram e ainda mantêm esse negócio.
A erradicação das plantações da folha de coca foi bem sucedida no Departamento de Guaviare (no qual vai se estabelecer um batalhão especial, treinado e armado pelos EUA).
Mas a cultura se deslocou para Putumayo, na fronteira com o Equador, "uma área em que a polícia colombiana tem sido incapaz de estabelecer uma base segura devido à forte presença da guerrilha", afirma Rand Beers, secretário-adjunto para assuntos de narcóticos do Departamento de Estado dos EUA.
São avaliações como essas que tornam a vinculação entre o combate às drogas e o combate aos grupos guerrilheiros uma necessidade do ponto de vista norte-americano.
Diz Beers: "É impensável que certas áreas, como Putumayo, possam ser "off-limits" para operações".
Se a guerrilha é a força dominante nessa área, existem apenas duas alternativas se os EUA querem dar eficácia à luta antidrogas: a paz, que faria com que a guerrilha colaborasse com o fim de cultivos ilícitos, ou a retomada de um território "off-limits", como afirma Beers. (CR)

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