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SEM SEGURANÇA
Funcionários da ONU deixam território; Annan quer envio de força de paz até o fim-de-semana
Sede da ONU em Timor Leste é atacada
das agências internacionais
Grupos antiindependência incendiaram ontem o edifício da
Missão da ONU em Timor Leste
(Unamet), abandonado pouco
antes por seus funcionários.
A ONU tenta acelerar o envio de
força de paz à região -o secretário-geral Kofi Annan espera que
os primeiros soldados cheguem
ao território até o final de semana.
Afirmando não ter condições de
segurança, o organismo internacional transportou para Darwin,
na Austrália, cerca de 110 funcionários e 1.300 timorenses que haviam se refugiado no interior do
edifício, em Dili (capital).
Restaram agora apenas 12 funcionários da ONU em Timor Leste. A região segue tomada pela
ação violenta de grupos paramilitares antiindependência.
Os funcionários restantes foram
transportados para o consulado
da Austrália em Timor e disseram
ter visto fumaça saindo do prédio
da Unamet.
Na semana passada, a ONU
-encarregada de cuidar do período de transição rumo à independência em relação à Indonésia- já havia retirado a maior
parte de seus funcionários da ex-colônia portuguesa.
O Conselho de Segurança da
ONU discutia ontem o texto de
uma resolução sobre as características da força de paz. A votação
para a aprovação do envio de tropas não havia ocorrido até as 20h.
O texto deve fazer menção à
possibilidade do uso da força para
manter a paz e não deve especificar o número de soldados nem a
sua nacionalidade.
Ontem, o presidente indonésio,
B.J.Habibie, voltou a afirmar que
seu país não imporá condições
sobre a composição das tropas.
O Exército da Indonésia, presente em Timor e acusado de incentivar a ação dos paramilitares
contra a população, se opõe à presença da Austrália -país que
manteve nos últimos meses política favorável à independência de
Timor Leste.
Estima-se que serão necessários
cerca de 7.500 soldados. A Austrália, vizinha da Indonésia, entraria
com um terço desse contingente,
que deve ter tropas brasileiras.
Devido à proximidade, os australianos teriam condições de chegar
mais rapidamente ao território.
Denúncias de massacres continuam a ser feitas, o que aumenta a
pressão por um rápido envio de
tropas internacionais. Ontem, a
FAO (Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação) disse ter evidências de
que 7.000 pessoas teriam sido
mortas desde o início do mês em
"assassinatos sistemáticos" executados pelos paramilitares.
A pressa também é justificada
pela condição precária em que se
encontram os mais de 200 mil refugiados. A Austrália deve começar a lançar amanhã, de aviões,
comida e medicamentos.
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