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ESPANHA
Governo rejeita pedido chileno
Madri nega árbitro para caso Pinochet
SYLVIA COLOMBO
de Londres
O governo espanhol rejeitou
ontem um pedido feito pelo Chile
para que houvesse uma arbitragem internacional no processo de
extradição do ex-ditador chileno
Augusto Pinochet, 83.
O Chile propunha que o caso
fosse levado a um árbitro designado de comum acordo entre os
países para decidir a legalidade da
detenção do general.
O ministro espanhol Abel Matutes (Relações Exteriores) disse
que não irá interferir na extradição. "O governo não pode aceitar
resolver de forma diplomática ou
política um processo que está sendo conduzido pelo Judiciário."
O pedido chileno de uma arbitragem internacional havia sido
feito em agosto por uma comitiva
de militares que viajou a Madri. O
Chile considera que Reino Unido
e Espanha não possuem jurisdição para julgar o ex-ditador.
Por causa da decisão, representantes da direita chilena exigem
que o governo do presidente
Eduardo Frei rompa relações diplomáticas com a Espanha.
Para o chefe de gabinete da Presidência, José Miguel Insulza, as
relações com a Espanha não são
amistosas agora, mas não convém adotar medidas extremas.
Pinochet está detido em Londres desde outubro de 98, aguardando decisão da Justiça britânica
sobre pedido de extradição feito
pelo juiz espanhol Baltasar Garzón. O magistrado deseja levar Pinochet a julgamento sob acusação de crimes de tortura e conspiração cometidos durante seu governo (1973-1990).
A próxima etapa do processo de
extradição começa no dia 27, em
Londres. O general não comparecerá pessoalmente às audiências.
Anteontem, Pinochet realizou
tomografia no hospital londrino
Wexham Park. Segundo o porta-voz do general, Pinochet "sofre de
várias doenças e precisa ser
acompanhado com atenção".
Advogados e familiares dizem
que o general está muito doente,
com problemas respiratórios,
diabetes e depressão.
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