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TERREMOTO NA TURQUIA
Governo diverge sobre o número parcial de vítimas do tremor de sexta
Mulher é resgatada após 41 horas
das agências internacionais
Uma mulher soterrada por 41
horas sob os escombros de sua casa foi resgatada ontem em Duzce,
na Província de Bolu, uma das cidades da Turquia mais destruídas
pelo terremoto de sexta-feira.
Saziye Bulut, 48, disse que, de
agora em diante, precisaria viver
numa das barracas de lona colocadas à disposição dos desabrigados. Convidou o bombeiro que a
resgatou, Turgut Ozkan, a "passar
para tomar um chá". Ela não chegou a ser informada, antes de ser
transportada para um hospital,
que sua filha havia morrido no
desabamento.
O terremoto, de 7,2 graus na escala Richter, teria matado 393, segundo estimativa do governo turco feita no sábado à noite.
O número é, no entanto, objeto
de controvérsia. O primeiro-ministro, Bulent Ecevit, disse ontem
que os mortos eram 349. Mas o
ministro da Saúde, Osman Durmus, disse que o saldo chegava a
374.
A operação que resgatou Bulut
dos escombros durou 20 horas.
Dela também participaram especialistas argelinos e russos, que se
juntaram à Defesa Civil turca para
a busca de sobreviventes.
Segundo o coordenador nacional da operação, o general turco
Erol Tutal, 22 países já enviaram
bombeiros, médicos, medicamentos, alimentos e agasalhos.
Em agosto, outro terremoto de
dimensões mais mortíferas fez
mais de 15 mil vítimas fatais no
país. O abalo, ocorrido no verão,
permitiu que mesmo depois de
seis dias ainda restasse a esperança de encontrar sobreviventes, como aconteceu com um garoto.
O intenso frio de agora dificulta
as operações e torna menos provável localizar pessoas vivas sob
os escombros. A região mais atingida, 170 km a leste de Istambul,
registrou 5 graus negativos na
noite de sábado para domingo.
"Com o frio, as pessoas soterradas se desencorajam e deixam de
lutar para se manter vivas até o
momento do resgate", diz o capitão do Exército francês Jean-Marc
Castagnet, que também participou das operações após o terremoto de agosto.
Sua equipe já localizou 135 cadáveres em Kaynasli, na Província de Bolu, cidade que registra o
maior número de mortos.
Em Roma, o papa João Paulo 2º
dedicou às vítimas de desastres a
homilia feita ontem aos fiéis concentrados na praça São Pedro.
"Sou solidário e estou rezando pelos que estão sofrendo com essas
catástrofes", disse o papa.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, chegaria ontem a Istambul,
onde participa esta semana de cúpula da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
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