São Paulo, Segunda-feira, 15 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TERREMOTO NA TURQUIA
Governo diverge sobre o número parcial de vítimas do tremor de sexta
Mulher é resgatada após 41 horas

das agências internacionais

Uma mulher soterrada por 41 horas sob os escombros de sua casa foi resgatada ontem em Duzce, na Província de Bolu, uma das cidades da Turquia mais destruídas pelo terremoto de sexta-feira.
Saziye Bulut, 48, disse que, de agora em diante, precisaria viver numa das barracas de lona colocadas à disposição dos desabrigados. Convidou o bombeiro que a resgatou, Turgut Ozkan, a "passar para tomar um chá". Ela não chegou a ser informada, antes de ser transportada para um hospital, que sua filha havia morrido no desabamento.
O terremoto, de 7,2 graus na escala Richter, teria matado 393, segundo estimativa do governo turco feita no sábado à noite.
O número é, no entanto, objeto de controvérsia. O primeiro-ministro, Bulent Ecevit, disse ontem que os mortos eram 349. Mas o ministro da Saúde, Osman Durmus, disse que o saldo chegava a 374.
A operação que resgatou Bulut dos escombros durou 20 horas. Dela também participaram especialistas argelinos e russos, que se juntaram à Defesa Civil turca para a busca de sobreviventes.
Segundo o coordenador nacional da operação, o general turco Erol Tutal, 22 países já enviaram bombeiros, médicos, medicamentos, alimentos e agasalhos.
Em agosto, outro terremoto de dimensões mais mortíferas fez mais de 15 mil vítimas fatais no país. O abalo, ocorrido no verão, permitiu que mesmo depois de seis dias ainda restasse a esperança de encontrar sobreviventes, como aconteceu com um garoto.
O intenso frio de agora dificulta as operações e torna menos provável localizar pessoas vivas sob os escombros. A região mais atingida, 170 km a leste de Istambul, registrou 5 graus negativos na noite de sábado para domingo.
"Com o frio, as pessoas soterradas se desencorajam e deixam de lutar para se manter vivas até o momento do resgate", diz o capitão do Exército francês Jean-Marc Castagnet, que também participou das operações após o terremoto de agosto.
Sua equipe já localizou 135 cadáveres em Kaynasli, na Província de Bolu, cidade que registra o maior número de mortos.
Em Roma, o papa João Paulo 2º dedicou às vítimas de desastres a homilia feita ontem aos fiéis concentrados na praça São Pedro. "Sou solidário e estou rezando pelos que estão sofrendo com essas catástrofes", disse o papa.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, chegaria ontem a Istambul, onde participa esta semana de cúpula da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.


Texto Anterior: Saiba mais sobre Osama bin Laden
Próximo Texto: Tchetchênia: Ieltsin elogia ações de Putin na guerra
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.