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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Presidente afirma que as tropas americanas só deixarão o país quando o "trabalho" estiver encerrado

Transição não tira EUA do Iraque, diz Bush

DA REDAÇÃO

A aceleração da transferência de poder no Iraque não vai antecipar o fim da ocupação americana, disse ontem o presidente dos EUA, George W. Bush. "Ficaremos até que o trabalho esteja encerrado, e o trabalho é tornar o Iraque livre e pacífico", afirmou o presidente.
A declaração de Bush integra uma semana de discussão do assunto em Washington. Diante da violência e dos constantes ataques a seus soldados no país, o presidente mandou o administrador americano em Bagdá, Paul Bremer, apressar o processo político.
Mas o Conselho de Governo Iraquiano, encarregado pelos EUA de planejar o processo constitucional do país -sem o qual não é possível haver eleições- dificilmente terminará seu trabalho até 15 de dezembro, prazo imposto por Washington.
"Não há decisão de retirada antecipada. Na verdade, é o inverso", afirmou o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld.
Sobre os ataques, o secretário disse que a resistência iraquiana estaria aprimorando suas técnicas por meio da observação das tropas dos EUA. "Estão aprendendo conosco. Eles vêem o que funciona e depois fazem ajustes. A prova será quem vai durar mais. A resposta é: nós duraremos mais."
Rumsfeld chegou ontem ao Japão, onde se reuniu com o premiê Junichiro Koizumi, um dia após o país ter suspendido o envio de tropas ao Iraque. Tóquio deve mandar neste fim de semana uma equipe de dez militares ao país para avaliar a situação de segurança.
O secretário também visitará a Coréia do Sul, que reduziu sua oferta de soldados de 10 mil para 3.000. Os EUA buscam a colaboração de outros países para diminuir seu contingente no país, hoje em 130 mil homens. Ainda estão no Iraque 8.600 militares britânicos e 12 mil de outros aliados.
Os EUA deram continuidade à Operação Martelo de Ferro, que busca responsáveis pelos ataques que no pós-guerra já mataram 158 de seus soldados. Durante a madrugada de ontem, forças americanas destruíram uma antiga sede da Guarda Republicana em Bagdá e um prédio em Husayba (oeste do país) usados, segundo o Pentágono, como base de ataques.
Perto de Tikrit, um helicóptero dos EUA atacou um grupo que preparava um ataque durante a madrugada, matando sete iraquianos. Em outra ação, cinco alvos próximos do aeroporto de Bagdá foram atingidos. Em Balad, um civil americano morreu quando o comboio em que estava foi atacado a tiros por supostos membros da resistência.
Em Samarra, dois soldados dos EUA morreram e três foram feridos ao serem atingidos pela explosão de uma bomba na estrada. As três cidades -Tikrit, Balad e Samarra- ficam no Triângulo Sunita, bastião do regime deposto, no noroeste do país.
A Ucrânia, que tem 1.650 militares no Iraque, anunciou ontem que um de seus soldados morreu em Kut (sudeste) na véspera, ao disparar acidentalmente sua arma. É o segundo militar do país a morrer em acidente no Iraque.


Com agências internacionais

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