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IRAQUE OCUPADO
Presidente afirma que as tropas americanas só deixarão o país quando o "trabalho" estiver encerrado
Transição não tira EUA do Iraque, diz Bush
DA REDAÇÃO
A aceleração da transferência
de poder no Iraque não vai antecipar o fim da ocupação americana,
disse ontem o presidente dos
EUA, George W. Bush. "Ficaremos até que o trabalho esteja encerrado, e o trabalho é tornar o
Iraque livre e pacífico", afirmou o
presidente.
A declaração de Bush integra
uma semana de discussão do assunto em Washington. Diante da
violência e dos constantes ataques
a seus soldados no país, o presidente mandou o administrador
americano em Bagdá, Paul Bremer, apressar o processo político.
Mas o Conselho de Governo
Iraquiano, encarregado pelos
EUA de planejar o processo constitucional do país -sem o qual
não é possível haver eleições-
dificilmente terminará seu trabalho até 15 de dezembro, prazo imposto por Washington.
"Não há decisão de retirada antecipada. Na verdade, é o inverso", afirmou o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld.
Sobre os ataques, o secretário
disse que a resistência iraquiana
estaria aprimorando suas técnicas
por meio da observação das tropas dos EUA. "Estão aprendendo
conosco. Eles vêem o que funciona e depois fazem ajustes. A prova
será quem vai durar mais. A resposta é: nós duraremos mais."
Rumsfeld chegou ontem ao Japão, onde se reuniu com o premiê
Junichiro Koizumi, um dia após o
país ter suspendido o envio de
tropas ao Iraque. Tóquio deve
mandar neste fim de semana uma
equipe de dez militares ao país para avaliar a situação de segurança.
O secretário também visitará a
Coréia do Sul, que reduziu sua
oferta de soldados de 10 mil para
3.000. Os EUA buscam a colaboração de outros países para diminuir seu contingente no país, hoje
em 130 mil homens. Ainda estão
no Iraque 8.600 militares britânicos e 12 mil de outros aliados.
Os EUA deram continuidade à
Operação Martelo de Ferro, que
busca responsáveis pelos ataques
que no pós-guerra já mataram 158
de seus soldados. Durante a madrugada de ontem, forças americanas destruíram uma antiga sede
da Guarda Republicana em Bagdá
e um prédio em Husayba (oeste
do país) usados, segundo o Pentágono, como base de ataques.
Perto de Tikrit, um helicóptero
dos EUA atacou um grupo que
preparava um ataque durante a
madrugada, matando sete iraquianos. Em outra ação, cinco alvos próximos do aeroporto de
Bagdá foram atingidos. Em Balad,
um civil americano morreu quando o comboio em que estava foi
atacado a tiros por supostos
membros da resistência.
Em Samarra, dois soldados dos
EUA morreram e três foram feridos ao serem atingidos pela explosão de uma bomba na estrada.
As três cidades -Tikrit, Balad e
Samarra- ficam no Triângulo
Sunita, bastião do regime deposto, no noroeste do país.
A Ucrânia, que tem 1.650 militares no Iraque, anunciou ontem
que um de seus soldados morreu
em Kut (sudeste) na véspera, ao
disparar acidentalmente sua arma. É o segundo militar do país a
morrer em acidente no Iraque.
Com agências internacionais
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