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Greve põe Sarkozy sob pressão
Segunda paralisação nos transportes em um mês protesta contra reforma no regime de aposentadoria
Ministro e líderes deverão
abrir negociação, mas não
há ainda opção conciliatória
que una intransigência que
os dois lados demonstraram
Emiliano Capozoli/Folha Imagem
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Funcionários do transporte público protestam em Paris durante greve; parte dos sindicatos manteve paralisação para hoje, enquanto espera posição do governo
DA REDAÇÃO
Mesmo com a adesão de um
número de assalariados ligeiramente menor do que em movimento idêntico do mês passado, as greves nos trens, metrôs
e estatais de gás e eletricidade
ontem afetaram em cheio a
França. Os sindicatos decidiram reconduzir para hoje as paralisações, à espera de uma carta do Ministério do Trabalho
sobre modalidades de negociações tripartites (assalariados,
governo e estatais).
Os 500 mil funcionários desses setores reivindicam a manutenção do regime especial de
aposentadorias que o presidente Nicolas Sarkozy quer suprimir. Pelo sistema, eles se aposentam após 37,5 anos de contribuição, em vez de 40 anos,
para os demais assalariados.
Na SNCF, empresa de transporte ferroviário, a greve foi seguida por 61,5% dos empregados, em lugar de 73,5% nas greves de 18 de outubro. Na RATP,
metrô parisiense, os grevistas
foram 44%, contra 58% há um
mês. Na EDF (eletricidade) e
na GDF (gás) a paralisia atingiu
de 36% a 38% da mão-de-obra.
Não estavam claras ontem à
noite como as negociações poderiam começar. O ministro do
Trabalho, Xavier Bertrand, reiterou que o governo não recuará quanto ao plano oficial. Mas
negociações empresa por empresa poderão fixar prazos diferenciados para a unificação das
aposentadorias ou acatar privilégios de menor custo.
"As coisas estão avançando",
disse apenas o primeiro-ministro François Fillon. "O presidente acredita que há chances
de se encontrar uma saída para
o conflito", disse o porta-voz de
Sarkozy, David Martinon.
Passeata em Paris
Em Paris os grevistas e outros funcionários conseguiram
reunir 25 mil pessoas (5.000,
segundo o Ministério do Interior) em passeata contra os planos do governo. Outras manifestações ocorreram em Toulouse, Rouen e Marselha.
A CGT, majoritária entre os
ferroviários, afirmava até anteontem que o regime especial
era inegociável. Ontem, no entanto, mostrou-se disposta a
sentar à mesa de negociações. A
CFDT, segunda maior central,
não reconduzirá hoje a greve de
seus filiados no metrô e nos
ônibus urbanos de Paris.
O Partido Socialista lançou
um apelo para que o governo
negocie. A greve é impopular,
segundo pesquisas, e a esquerda, com a exceção do Partido
Comunista, deixou de se solidarizar com os grevistas.
"Sou favorável às greves, mas
não a esta, que toma como reféns pessoas menos protegidas
como eu", disse à Associated
Press Xavier Michel, 25, que
percorreu com seu skate 8 km
para um compromisso.
No metrô parisiense, circulava nas linhas regulares um
quinto das composições. As linhas expressas estavam paralisadas. Quanto aos ônibus, eram
em geral um a cada dez, mesmo
assim com trajetos de duas a
três vezes mais demorados em
razão dos congestionamentos.
"Temos enfermeiras com um
emprego tão estafante quanto o
dos ferroviários, mas que não
têm regime especial", disse à
Reuters Gerard Alaux, proprietário de um asilo que precisou
andar 6 km porque sua linha de
metrô estava desativada.
O Eurostar, que une Paris a
Londres, funcionou normalmente. Ontem foi inaugurada a
linha rápida em território britânico, e o trem, em lugar de
Waterloo, passou a operar na
estação londrina de St. Pancras.
Com agências internacionais
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