São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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Entre 85 universidades, piquetes já fecharam 13

Radicais pedem fim de lei de autonomia apoiada por Unef

DO "MONDE"

Prossegue o protesto de uma parte dos estudantes franceses contra a Lei Pécresse -nome da ministra da área, Valérie Pécresse-, sobre a autonomia universitária. Das 85 universidades, 13 estão total ou parcialmente bloqueadas por piquetes, e aumenta a participação nas assembléias estudantis.
A lei permite que as universidades tenham a gestão de seus orçamentos internos e façam acordos com o setor privado.
Ontem, em Lille, ao norte, a greve foi prolongada por mais uma semana por quatro quintos dos 2.700 participantes de uma assembléia. O mesmo ocorreu em Rennes e Nantèrre.
Em geral os militantes obtêm adesão dos colegas quando denunciam a adoção de critérios de seleção, o aumento das taxas de matrícula ou da suposta supressão de carreiras que não interessem aos empresários.
O movimento desencadeado há duas semanas apresenta um paradoxo cruel. Ao bloquearem o acesso das universidades e ao pedirem a revogação da lei votada em 11 de agosto, as lideranças mais radicais estão dando um tiro no próprio pé.
A Lei Pécresse não é a causa de todos os problemas. Ela não resolverá, nem pretende fazê-lo, as reprovações maciças nos cursos de graduação ou o fosso entre a universidade, de livre acesso para quem é aprovado no exame de conclusão do secundário, e as grandes escolas, reservadas à elite dos concursados. Também não resolverá os problemas de orçamento.
Ela tampouco aborda a separação entre as universidades e o CNRS (Centro Nacional da Pesquisa Científica), o que prejudica a pesquisa francesa e a fragiliza na concorrência dentro de um mundo globalizado.
Mas a Lei Pécresse traz inovações e estimula o dinamismo. Pela primeira vez uma legislação se baseou num amplo consenso no meio universitário. Ela se apoiou em recomendações da Conferência dos Reitores e foi negociada com a Unef, a principal entidade estudantil.
Nicolas Sarkozy insistiu em sua campanha presidencial -idéia com a qual a esquerda concorda- que é preciso diplomar ao menos a metade da próxima geração de estudantes, contra 39% hoje em dia.
A renovação da universidade poderá ser mero pretexto para que a extrema esquerda se federalize contra Sarkozy.


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