|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Entre 85 universidades, piquetes já fecharam 13
Radicais pedem fim de lei de autonomia apoiada por Unef
DO "MONDE"
Prossegue o protesto de uma
parte dos estudantes franceses
contra a Lei Pécresse -nome
da ministra da área, Valérie Pécresse-, sobre a autonomia
universitária. Das 85 universidades, 13 estão total ou parcialmente bloqueadas por piquetes, e aumenta a participação
nas assembléias estudantis.
A lei permite que as universidades tenham a gestão de seus
orçamentos internos e façam
acordos com o setor privado.
Ontem, em Lille, ao norte, a
greve foi prolongada por mais
uma semana por quatro quintos dos 2.700 participantes de
uma assembléia. O mesmo
ocorreu em Rennes e Nantèrre.
Em geral os militantes obtêm
adesão dos colegas quando denunciam a adoção de critérios
de seleção, o aumento das taxas
de matrícula ou da suposta supressão de carreiras que não interessem aos empresários.
O movimento desencadeado
há duas semanas apresenta um
paradoxo cruel. Ao bloquearem
o acesso das universidades e ao
pedirem a revogação da lei votada em 11 de agosto, as lideranças mais radicais estão dando
um tiro no próprio pé.
A Lei Pécresse não é a causa
de todos os problemas. Ela não
resolverá, nem pretende fazê-lo, as reprovações maciças nos
cursos de graduação ou o fosso
entre a universidade, de livre
acesso para quem é aprovado
no exame de conclusão do secundário, e as grandes escolas,
reservadas à elite dos concursados. Também não resolverá os
problemas de orçamento.
Ela tampouco aborda a separação entre as universidades e o
CNRS (Centro Nacional da
Pesquisa Científica), o que prejudica a pesquisa francesa e a
fragiliza na concorrência dentro de um mundo globalizado.
Mas a Lei Pécresse traz inovações e estimula o dinamismo.
Pela primeira vez uma legislação se baseou num amplo consenso no meio universitário.
Ela se apoiou em recomendações da Conferência dos Reitores e foi negociada com a Unef,
a principal entidade estudantil.
Nicolas Sarkozy insistiu em
sua campanha presidencial
-idéia com a qual a esquerda
concorda- que é preciso diplomar ao menos a metade da próxima geração de estudantes,
contra 39% hoje em dia.
A renovação da universidade
poderá ser mero pretexto para
que a extrema esquerda se federalize contra Sarkozy.
Texto Anterior: Greve põe Sarkozy sob pressão Próximo Texto: Quase sem trens e metrô, parisienses improvisam e até dormem no trabalho Índice
|