São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Prisão era exigência do governo de Israel

Arafat detém líder extremista; dois israelenses são mortos em ataques

DA REDAÇÃO

Dois israelenses foram mortos por extremistas palestinos em incidentes separados na Cisjordânia. Horas depois, a Autoridade Nacional Palestina, de Iasser Arafat, anunciou a prisão do líder da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), Ahmed Saadat.
O grupo extremista havia assumido a morte do ministro israelense Rehavam Zeevi, em outubro. A detenção de Saadat era uma das exigências israelenses para permitir a livre circulação de Arafat, cercado desde 3 de dezembro em Ramallah, na Cisjordânia. Israel disse que essa deve ser mais uma prisão "virtual" da ANP.
No início do dia, em mais uma ação de vingança pela morte de um de seus líderes, Raed al Karmi, em explosão anteontem atribuída a Israel, militantes da Brigada dos Mártires de Al Aqsa, braço armado do Fatah, facção política de Arafat, mataram o colono Avi Boaz, 72, em Belém (Cisjordânia). Ele vivia no assentamento de Maaleh Adumim e estava indo comprar material de construção quando foi cercado por membros do grupo extremista e levado para um outro local, onde recebeu vários tiros.
O grupo extremista emitiu comunicado dizendo que suas "heróicas tropas atiraram contra um sujo agente israelense. Essa é outra, mas não a última, resposta à morte do mártir Karmi". Anteontem, a brigada já havia matado um soldado israelense.
O ministro da Defesa de Israel, Benjamin Ben-Eliezer, negou que o Exército israelense tivesse plantado a bomba que matou Karmi. Porém a imprensa israelense afirmou que Karmi foi morto pelo Exército em uma prática de "eliminação seletiva" de terroristas.
Mais tarde, uma mulher foi morta e outra ferida quando abasteciam o carro perto assentamento de Givat Zeevi, a 5 km de Jerusalém. Uma rede de TV israelense afirmou que a FPLP era a responsável, porém o grupo não reivindicou o ataque.
As mortes colocaram um ponto final na trégua pedida por Arafat em 16 de dezembro e aceita pelos principais grupos extremistas. Ao menos 804 palestinos e 239 israelenses morreram devido à violência na região desde a eclosão da Intifada (o levante palestino contra a ocupação israelense), em setembro de 2000.


Com agências internacionais



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