São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2002

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SOLIDARIEDADE

Parentes de vítimas do terror visitam afegãos atingidos pela guerra

Famílias tentam curar feridas

DA REDAÇÃO

Parentes das vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA chegaram ontem a Cabul para um encontro com afegãos que perderam familiares durante os bombardeios americanos. O grupo de direitos humanos Global Exchange, que organizou a visita, espera que o contato ajude a curar feridas e a promover a reconciliação entre os dois países.
"Como cidadãos de uma nação rica que empregou uma força mortal contra o Afeganistão temos a responsabilidade moral de ajudar vítimas inocentes no Afeganistão", disse Medea Benjamin, fundadora da Global Exchange, organização internacional que busca criar laços mais profundos entre as pessoas.
"É um privilégio estar aqui e compartilhar nossas experiências", ressaltou Derrill Bodley, 56, uma professora de música da Califórnia cuja filha Deora morreu a bordo do avião da United Airlines que caiu na Pensilvânia. "Ao compartilharmos nosso sofrimento talvez sejamos capazes de evitar outras perdas no futuro", salientou.
Quatro americanas estão visitando o Afeganistão por três dias, entre elas Rita Lasar, 70, uma aposentada de Nova York que perdeu o irmão no ataque contra o World Trade Center, e Kelly Campbell, 29, uma ambientalista da Califórnia cujo irmão foi morto no ataque contra o Pentágono. Eva Rupp, 28, irmã não-sanguínea de Deora Bodley, também integra o grupo.
Em Cabul, elas visitarão várias famílias afegãs cujas vidas também foram profundamente marcadas pelos desdobramentos dos ataques de setembro.
Embora nunca se venha a saber o número exato de pessoas mortas nos bombardeios contra o Afeganistão, organizações de direitos humanos estimam que entre 2.000 e 4.000 afegãos tenham morrido. Nos EUA, os ataques terroristas deixaram mais de 3.000 mortos.


Com agências internacionais


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