São Paulo, segunda, 16 de março de 1998

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Presidente tenta reaproximação com sindicalistas

de Buenos Aires

O grande lance do presidente Carlos Menem para se reaproximar das bases deve ser dado hoje. O governo vai apresentar ao Congresso um projeto de reforma trabalhista que tem apoio irrestrito da CGT (braço sindical peronista) e repúdio declarado do empresariado. É o trabalhismo de Peron voltando à tona.
Sem o apoio do empresariado, é possível que o projeto não prospere. A própria situação ficaria rachada. Como mensagem política, porém, o retorno é calculado.
Menem faz isso poucos dias depois de ter saído uma pesquisa do instituto Mora y Araujo mostrando que ele teria, hoje, apenas 3% dos votos.
A vitoriosa seria Graciela Fernández Meijide (Frepaso), com 20%, seguida do governador da Província de Buenos Aires, Eduardo Duhalde (PJ), e do prefeito de Buenos Aires, Fernando de la Rúa (UCR), com 15%. O "menemista" Ramón "Palito" Ortega ficou com 11%.
A aproximação com as bases tem várias metas: uma é o fortalecimento eleitoral. Outra é ter o sindicalismo ao seu lado na liderança de uma oposição ferrenha, o que já ocorreu quando a UCR estava no poder e o presidente Raúl Alfonsín renunciou devido às pressões que sofria de sindicalistas impulsionados pelo peronismo.
Alfonsín se desgastou a tal ponto que Menem teve de assumir antes do tempo, chegando ao poder nos braços dos trabalhadores. No mínimo, Menem costura um protagonismo e prepara um retorno triunfal ao poder em 2.003. (LG)



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