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IRAQUE OCUPADO
Emboscada a comboio dos EUA deixa vários soldados feridos; cresce hostilidade contra forças de ocupação
EUA lançam nova operação antiguerrilha
DA REDAÇÃO
Forças norte-americanas no
Iraque lançaram ontem uma nova operação para caçar partidários do ex-ditador Saddam Hussein tidos como responsáveis por
vários ataques contra militares
dos EUA nas últimas semanas.
Ontem mesmo, membros da resistência iraquiana emboscaram
um comboio militar dos EUA,
numa ação que deixou muitos
soldados feridos.
Os restos de um caminhão americano fumegavam na rodovia
que passa ao sul da cidade de Balad, centro da resistência iraquiana. Helicópteros Apache sobrevoavam a região para tentar localizar os responsáveis. Tanques e
blindados rodeavam o caminhão,
e soldados montavam guarda.
Militares afirmaram que vários
feridos foram retirados do local.
Disseram que o comboio atacado
havia partido de Bagdá e se dirigia
para Balad, cerca de 90 km ao
norte da capital.
A emboscada ocorreu cerca de
20 km ao sul de Balad e bem em
meio à operação Escorpião do
Deserto, que os militares norte-americanos lançaram para acabar
com a resistência de iraquianos
fiéis ao ditador deposto.
Os atos de guerrilha da resistência já provocaram a morte de 40
soldados dos EUA desde que o
fim da guerra foi oficialmente decretado em 1º de maio.
A nova ofensiva americana se
segue à Operação Ataque na Península, desfechada na semana
passada e na qual os EUA fizeram
uma série de incursões nas áreas
rebeldes.
Na sexta-feira, o Exército afirmou que 27 iraquianos que haviam preparado uma emboscada
contra uma patrulha de tanques
perto de Balad foram mortos.
Mas, depois, oficiais americanos
disseram que não podiam confirmar esse número. Segundo moradores de um vilarejo nas imediações, cinco civis de uma mesma
família foram mortos.
Os EUA afirmam que cerca de
400 iraquianos foram detidos na
Operação Ataque à Península, e
60 deles ainda estão sob custódia.
Residentes se queixaram dizendo que os soldados revistaram casas e atacaram civis. Afirmaram
que a operação serviu apenas para
alimentar as hostilidades contra
as forças de ocupação.
Militares dos EUA disseram que
a operação Escorpião do Deserto
não terá só o objetivo de caçar
guerrilheiros mas também o de
ganhar "corações e mentes".
Um comunicado do Comando
Central afirma que a operação foi
"desenhada para identificar e derrotar elementos leais ao partido
Baath, organizações terroristas e
criminosos e para entregar ajuda
humanitária simultaneamente".
Na cidade sunita de Falluja, 70
km a oeste de Bagdá, tropas passaram a noite revirando casas,
mas, pela manhã, já distribuíam
comida e suprimentos.
Os ataques contra forças dos
EUA se concentram em Bagdá e
em duas áreas adjacentes: a oeste,
na região de Ramadi e Falluja, e,
ao norte, em torno de Balad, Baquba e Tikrit, a cidade natal de
Saddam. Muitos moradores desses lugares dizem que não morriam de amores por Saddam, mas
que o ódio aos soldados americanos está crescendo.
Ontem terminou o prazo para
que iraquianos entregassem aos
EUA armas pesadas sem sofrer
punições. Quem for apanhado a
partir de agora pode ser multado
e passar até um ano na cadeia.
De acordo com o Exército, os
iraquianos entregaram até ontem
123 pistolas, 76 rifles semi-automáticos, 435 rifles automáticos,
46 metralhadoras, 11 armas antiaéreas e 381 granadas e bombas.
Com agências internacionais
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