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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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IRÃ NA MIRA

Tiros são ouvidos em nova manifestação

Bush elogia protestos por reformas em Teerã e irrita autoridades rivais

DA REUTERS

O presidente George W. Bush elogiou ontem os protestos por democracia no Irã, o que prontamente uniu grupos rivais de autoridades iranianas para criticar o apoio dos EUA às manifestações.
Na sexta noite de protestos em Teerã, milhares de manifestantes voltaram a se reunir nas proximidades da universidade. Tiros foram ouvidos por correspondentes estrangeiros. Também houve registro de protestos menores em pelo menos três outras cidades. É um sinal de que as manifestações, saudadas por Bush como "um grito por liberdade", podem estar se disseminando.
"É o povo se exprimindo rumo a um Irã livre, o que eu considero positivo", disse Bush na casa de veraneio de sua família em Kennebunkport, Maine (costa leste).
O Ministério das Relações Exteriores do Irã acusou os EUA de "flagrante ingerência em assuntos internos" e disse que Washington estava superestimando o significado dos protestos.
"Os americanos ignoram a presença de milhões de pessoas que dão boas vindas ao líder supremo e ao presidente, mas considera as manifestações de uns poucos a voz do povo", disse Hamid Reza Asefi, porta-voz da chancelaria.
A presença dos EUA no Afeganistão e no Iraque, dois países que fazem fronteira com o Irã, tem preocupado os clérigos iranianos. E os EUA os têm colocado sob pressão ao acusá-los de tentar obter armas nucleares, de apoiar o terrorismo e de incentivar rebeliões no Iraque.
O governo reformista iraniano, liderado pelo presidente Mohammad Khatami, vem há seis anos travando uma difícil batalha pelo poder contra os conservadores religiosos, que ainda conservam o controle sobre as principais estruturas da República islâmica.
Apesar de os recentes protestos serem fundamentalmente contra os clérigos, Khatami também vem sendo criticado por não ter conseguido avançar nas reformas mesmo estando no cargo há seis anos.
No sábado houve choques entre grupos reformistas e religiosos nas cidades de Shiraz, Isfahan e Ahvaz, onde pelo menos uma pessoa morreu. Em Teerã, grupos fiéis ao líder religioso supremo, aiatolá Ali Khamenei, vinham atacando estudantes reformistas.



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