São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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PORTAS FECHADAS

Badawi faria conferência em Nova York

EUA proíbem o desembarque de teólogo britânico do islamismo

DA REDAÇÃO

Zaki Badawi, consultor do Museu Britânico e um dos mais respeitados teólogos muçulmanos do Reino Unido, teve seu ingresso vetado nos Estados Unidos na última quarta-feira. Detido por seis horas num aeroporto de Nova York, ele aceitou a alternativa que lhe foi sugerida de embarcar no primeiro vôo de volta a Londres.
Ele havia sido convidado para fazer uma conferência no Chautauqua, um instituto nova-iorquino, sobre a lei e a religião nas sociedades. Nenhuma explicação oficial foi fornecida para justificar a proibição de seu desembarque.
Badawi fundou, em 1986, a Universidade Islâmica, instituição de formação teológica de imãs que atuam em mesquitas européias e americanas. Nascido no Egito em 1922, ele se fixou em Londres nos anos 50 e é cidadão britânico.
É um dos poucos muçulmanos condecorados como cavaleiro e, a convite da rainha Elizabeth 2ª, participou do banquete oferecido ao presidente George W. Bush em sua última visita oficial a Londres.
Na semana passada, ele fez parte de um grupo de líderes religiosos -ao lado de integrantes da hierarquia católica, da anglicana e da judaica- que condenou em conjunto os atentados que mataram em Londres mais de 50 pessoas e quatro terroristas.
Segundo a agência Reuters, o nome de Badawi constava de uma lista de "indesejáveis" elaborada pelo FBI, a polícia federal americana, que, no entanto, não confirmou a informação.
Um informante da polícia de fronteira dos Estados Unidos disse que, ao ser interrogado após deixar o avião, o teólogo não teria respondido algumas questões de forma apropriada. Essas questões, no entanto, não foram tornadas públicas. A Embaixada dos Estados Unidos em Londres não quis comentar o incidente.
Não é a primeira vez que um conhecido representante do islamismo britânico tem seu ingresso nos EUA vetado. Há meses, o avião que transportava o cantor Cat Stevens, que passou a se chamar Yusuf Islam depois de sua conversão, foi obrigado a fazer um pouso de emergência em Maine quando as autoridades souberam que ele estava a bordo.
O filósofo Tariq Ramadan também teve seu ingresso em solo americano proibido em 2004.


Com agências internacionais

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