São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2011

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País acelerou produção de ogivas nucleares

DO ENVIADO A ISLAMABAD

Desde a morte anunciada de Bin Laden em maio ao lado da academia de oficiais do Exército do Paquistão, a pressão sobre o programa nuclear do país voltou a subir.
"É natural que as pessoas aqui achem que estão procurando desculpas para ir atrás das nossas bombas. Afinal de contas, somos os incompetentes que não viram Bin Laden lá, na visão dos EUA", diz Tahir Malik, diretor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Nacional de Línguas Modernas.
O general da reserva Hamid Gul, ex-chefe do serviço secreto e influente em círculos conservadores do Exército, vai além: "Quando você vê esses políticos americanos e europeus na TV morrendo de medo disso, estão construindo um caso". O Paquistão acelerou, nos últimos anos, a produção de ogivas nucleares. Há estimativas de pesquisadores de que já ultrapassou a rival Índia, com algo como 110 bombas.
Tem mísseis de alcance médio para utilizá-las e aviões capazes de lançá-las. Mas o fato é que o sistema de proteção é muito seguro. Além da questão da ativação e lançamento da arma, que nenhum terrorista teria como fazer numa caverna, os paquistaneses deixam ogivas e meios lançadores a distâncias grandes.
Só "montam" as bombas quando há algum tipo de alerta -geralmente, uma grande crise com a Índia, como aconteceu em 2002.
Os EUA participaram, nos últimos anos, da melhoria dos sistemas de proteção. Foram gastos cerca de US$ 100 milhões em treinamento de pessoal e novas instalações, e mesmo diplomatas ocidentais costumam dizer que esse não é o real problema sobre o tema.
O temor maior é outro: proliferação de material físsil que possa ser usado em "bombas sujas", que espalham radiação no ambiente.
(IG)


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