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IRAQUE OCUPADO
Em meio a críticas à ocupação, secretário visita palco de massacre curdo por Saddam; soldado dos EUA é morto
Mundo deveria ter agido antes, diz Powell
DA REDAÇÃO
Diante das crescentes críticas à
ocupação do Iraque, o secretário
de Estado americano, Colin Powell, disse ontem em discurso no
país que "o mundo devia ter agido
antes" contra o ex-ditador Saddam Hussein, desaparecido desde
a queda de Bagdá, em abril.
"Eu não posso lhes dizer que
Saddam Hussein era um tirano
assassino. Vocês já sabem disso.
Não posso lhes dizer que o mundo devia ter agido antes. Vocês já
sabem disso... O que eu posso dizer é: o que aconteceu aqui em
1988 nunca mais acontecerá de
novo", disse Powell a familiares
de vítimas de Saddam.
Em seu segundo e último dia de
visita ao Iraque, o secretário participou da inauguração de um memorial em homenagem às cerca
de 5.000 vítimas do regime de
Saddam na cidade curda de Halabja (norte). O ex-ditador empregou armas químicas contra os
curdos -cerca de 25% da população iraquiana- no fim da guerra contra o Irã, acusando-os de
apoiar Teerã. Na época, Washington apoiava Bagdá.
"Saddam está fugindo e se escondendo. Ele continuará fugindo e se escondendo até que o capturemos ou até que ele morra",
disse o secretário.
Powell já deixou o país. Ainda
ontem ele viajou para o Kuait, onde fez uma parada antes de retornar aos EUA.
A visita a Halabja teve como objetivo atrair a atenção internacional para atrocidades praticadas
por Saddam, diante de crescentes
críticas à ocupação e a frequentes
questionamentos sobre a guerra.
Em viagem à Espanha, um dos
membros do Conselho de Governo Iraquiano, Rajaa Habib Khuzai, acusou os EUA de maltratarem civis. "Há um descontentamento generalizado com as forças
de coalizão, a maior parte das
quais trata a população iraquiana
com violência", disse Khuzai.
Síria
Em entrevista durante sua passagem pelo Kuait, Powell pediu ao
governo sírio sinais concretos de
que está combatendo o terrorismo. Hoje, o Congresso dos EUA
debaterá o "Ato de Prestação de
Contas da Síria", diante de preocupações com o que Washington
chama de "falta de colaboração"
por parte de Damasco.
"Até agora, o governo sírio não
respondeu tão firmemente como
eu gostaria. É por isso que o Congresso debaterá o Ato", disse Powell. O documento cita o suposto
apoio da Síria ao terrorismo, sua
presença militar contínua no Líbano e o desenvolvimento de armas de destruição em massa.
Soldado morto
A viagem do secretário também
serviu para ele avaliar o trabalho
de reconstrução no Iraque -inclusive a falta de segurança no
país, que no domingo ele definiu
como "desafiadora".
Ontem, em Bagdá, mais um soldado americano -o 156º somente no pós-guerra, se contados acidentes e ataques- morreu após
sofrer um ataque com granadas-foguetes no domingo que também matara um de seus colegas.
Em Fallujah (oeste), o maior foco de tensão do pós-guerra, o chefe de polícia da cidade de Al Khaldiya, Khedeir Mekhalef Ali, foi
morto em uma emboscada por
supostos membros da resistência.
Com agências internacionais
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