|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PESQUISA
Demógrafos da Cepal constatam efeitos positivos das políticas de saúde no envelhecimento da população latino-americana
Parcela de idosos na AL triplicará até 2050
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Há três anos apenas 8% da população da América Latina e do
Caribe tinha mais de 60 anos de
idade. Em 2025, essa parcela de
idosos subirá para 14% e, em
2050, chegará a 22,5%.
A projeção está em estudo demográfico feito por uma das
agências regionais da ONU, a Cepal (Comissão Econômica para
América Latina e Caribe).
Existem duas razões fundamentais para o peso cada vez maior
dos idosos na população regional.
Há de um lado a queda da taxa de
fecundidade, com a consequente
diminuição da porcentagem de
crianças dentro da população. De
outro lado, a urbanização, a diminuição da miséria e da pobreza e
políticas de saúde mais eficientes
permitem hoje uma expectativa
de vida bem maior.
Mas há uma contrapartida negativa. A tendência é a de haver
um número cada vez menor de
trabalhadores ativos que sustentam aposentados e pensionistas, o
que se traduz em maior desequilíbrio do sistema previdenciário.
Esse desequilíbrio não ocorre, no
entanto, em todos os países.
A Cepal publicou o penúltimo
estudo sobre o envelhecimento da
população em maio de 2002. Tinha em vista a Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento, que
a ONU promoveu naquele ano
em Madri. Parte do trabalho foi
atualizada para a Conferência Regional Intergovernamental sobre
o Envelhecimento, que ocorrerá
em novembro próximo, em Santiago do Chile.
A reunião deverá propor que a
saúde seja considerada um direito
dos idosos e que os Estados assegurem redes de saúde adaptadas a
essa parcela cada vez mais numerosa da população regional.
No Brasil, o IBGE vem de há
muito registrando o crescimento
da população mais idosa. Pelo último censo, 7,9% da população tinha mais de 60 anos. Essa porcentagem dobrará em 2025, chegando a 15,4%. E triplicará em 2050,
atingindo 24,1%.
No horizonte de 2025, a parcela
dos mais idosos no Brasil será menor que a registrada em Cuba,
Uruguai, Argentina, Chile e Barbados. São países em que a maior
longevidade é presumível em razão de condições econômicas e
sanitárias mais favoráveis.
Mas o Brasil estará em melhor
situação que México, República
Dominicana, Bolívia, Paraguai e
Honduras, onde é e continuará a
ser menor a porcentagem de cidadãos com mais de 60 anos.
Cuba, com o mais eficiente sistema de saúde da região, terá como idosos um terço de sua população. O Paraguai, com os piores
indicadores, terá só 16%.
José Miguel Guzmán, que coordenou o estudo, diz que o processo de envelhecimento é mais rápido que o de países industrializados. No Brasil, por exemplo, o
segmento dos que têm mais de 60
anos tem crescido 2,1 vezes mais
rápido do verificado nos Estados
Unidos e 3,1 vezes mais rápido do
que o observado na Holanda.
Texto Anterior: Rússia: Explosão mata 2 na Inguchétia, república vizinha à Tchetchênia Próximo Texto: Aposentadoria é exceção para a terceira idade Índice
|