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Taleban tenta manter seus últimos redutos
DA REDAÇÃO
Após recuar na maioria das
Províncias do Afeganistão, o Taleban tentava ontem manter as
duas únicas cidades importantes
que ainda controla: Candahar, ao
sul, e Cunduz, no norte do país.
Aparentemente, os combates
mais intensos estão sendo travados em Cunduz, onde tropas do
Taleban bloqueiam a entrada da
cidade, que integra a rota rumo ao
Tadjiquistão. Nos últimos dias,
forças da Aliança do Norte têm
buscado, sem sucesso, romper a
barreira dos milhares de soldados
da milícia que resistem na região.
Segundo o comandante da
Aliança Daoud Khan, há mais de
20 mil homens do Taleban lutando em Cunduz -cerca de 10 mil
seriam estrangeiros, os demais seriam pashtus afegãos que lutavam
pela milícia em cidades como Mazar-e-Sharif e Taloqan, tomadas
pela oposição.
Ontem, bombardeiros e caças
dos EUA atingiram posições do
Taleban nos arredores de Cunduz, mas os soldados da milícia
não davam sinal de que estivessem perdendo força.
Aparentemente, as últimas possibilidades para uma solução de
paz no confronto no norte caíram
por terra ontem, quando fracassaram os diálogos entre representantes dos rebeldes e do Taleban.
Comandantes da Aliança e líderes do Taleban se encontraram
em Emam Sahib, a cerca de 40
quilômetros de Cunduz, para tentar evitar uma batalha. Mas as negociações não avançaram, o Taleban não admitiu a possibilidade
de rendição e a Aliança endureceu
seu discurso.
"Nós decidimos avançar para a
cidade. Se eles [o Taleban" quiserem se render, poderão. Se resistirem, morrerão", afirmou o general Khan. O prefeito de Cunduz,
um dos soldados do Taleban dispostos a se entregar, pediu mais
dois dias para conversas, mas não
há indícios que esse prazo será
respeitado.
Segundo a Aliança do Norte,
durante as conversas em Emam
Sahib, muitos dos comandantes
do Taleban concordaram em trocar de lado e entregar a cidade. As
negociações emperraram -disseram os rebeldes- porque "terroristas linha-dura" do Taleban e
os combatentes estrangeiros foram contra.
A tentativa de acordo seguiu
uma derrota sofrida pela Aliança
na última terça. Convidados por
um comandante do Taleban, cerca de mil homens da Aliança entraram em Cunduz, acreditando
que a milícia fosse se render. Caíram em uma armadilha, foram
prontamente atacados pelo Taleban e tiveram de recuar, sofrendo
dezenas de baixas.
Candahar
No sul do país, o Taleban tenta
se manter no poder em Candahar,
em meios aos bombardeios dos
EUA e aos relatos de conflitos
com rebeldes nos subúrbios da cidade. As forças que combatem o
Taleban na região não estão vinculadas à Aliança do Norte, formada em sua maioria pelas etnias
uzbeque e tadjique.
Os opositores do sul são os chefes tribais pashtus -da mesma
etnia dos líderes do Taleban-
que agora se rebelam contra a milícia. Esse grupo de líderes locais
rivaliza com a Aliança e alertou
aos rebeldes do norte que não tentem avançar em direção a Candahar.
Líderes de seis Províncias do sul
disseram que enviarão uma missão a Candahar nos próximos
dias para negociar a entrega da cidade. "Nossa mensagem para os
comandantes que continuam
com o Taleban é que eles devem
desistir", disse Abdul Khaliq, um
dos líderes, que defende a formação de um grande conselho de
chefes tribais para discutir o futuro do Afeganistão.
"Somos todos irmãos de um só
sangue. Somos todos afegãos e
devemos ter um único líder, que é
Mohamad Zahir Shah", afirmou
Khaliq, indicando afinidade com
o ex-rei afegão exilado desde 1973.
Além de prometerem assumir o
controle em Candahar, os pashtus
do sul também disseram que não
darão abrigo ao terrorista Osama
bin Laden, acusado pelos atentados contra os EUA.
Com agências internacionais
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