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Ex-presidente afegão chega a Cabul
DA REDAÇÃO
O presidente afegão reconhecido pelas Nações Unidas, Burhanuddin Rabbani, retornou ontem
a Cabul (Afeganistão), cinco anos
após ter sido deposto pela milícia
extremista Taleban.
Integrante da Aliança do Norte,
apesar de não exercer liderança
política sobre toda a coalizão afegã, Rabbani afirmou em Dubai
(Emirados Árabes Unidos), antes
de embarcar para o Afeganistão,
que terá duas missões no país.
Primeiro, pretende eliminar a
presença do Taleban e da rede terrorista Al Qaeda no Afeganistão.
Depois, Rabbani diz querer ajudar na formação de um governo
composto por todas as facções do
país, exceto o Taleban.
Resolução das Nações Unidas
aprovada anteontem por unanimidade no Conselho de Segurança prevê a criação de um governo
que reúna todas as etnias do país e
redija uma Constituição, após
mais de 20 anos de guerra.
O novo governo também precisará estar comprometido nos esforços internacionais de combate
ao terrorismo e ao tráfico de drogas e deverá manter a paz com
países vizinhos.
Há o temor dentro da coalizão
liderada pelos EUA de que a
Aliança do Norte, que comandou
a tomada de Cabul, não cumpra a
resolução, apesar das declarações
no sentido de que aceitariam dividir o futuro governo.
De maioria tadjique e uzbeque,
a Aliança do Norte possui um histórico de inimizade com outras
facções afegãs, especialmente líderes tribais pashtus, etnia majoritária no Afeganistão. O governo
da Aliança do Norte, na primeira
metade da década de 90, é avaliado como caótico por analistas.
Por esse motivo, os Estados
Unidos e a ONU estão se apressando nas movimentações para a
formação de um novo governo no
Afeganistão.
Os norte-americanos enviaram
o emissário James Dobbin ao Paquistão para manter conversações com líderes afegãos no exílio
e autoridade paquistanesas.
O representante-adjunto da
ONU para o Afeganistão, Francesc Vandrell, chegaria hoje a Cabul para estabelecer conversações
com a Aliança do Norte.
Forças de paz
Ao mesmo tempo em que prossegue a ofensiva para formar o futuro governo afegão, a ONU começa a preparar a composição
das forças de paz no país.
Entre os países que já se dispuseram a participar dessas forças
estão a França, o Reino Unido, a
Alemanha, a Turquia e a Jordânia.
A Indonésia, país muçulmano
mais populoso do mundo, disse
que integraria as forças de paz
desde que os bombardeios fossem cessados.
Com agências internacionais
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