São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2001

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Ex-presidente afegão chega a Cabul

DA REDAÇÃO

O presidente afegão reconhecido pelas Nações Unidas, Burhanuddin Rabbani, retornou ontem a Cabul (Afeganistão), cinco anos após ter sido deposto pela milícia extremista Taleban.
Integrante da Aliança do Norte, apesar de não exercer liderança política sobre toda a coalizão afegã, Rabbani afirmou em Dubai (Emirados Árabes Unidos), antes de embarcar para o Afeganistão, que terá duas missões no país.
Primeiro, pretende eliminar a presença do Taleban e da rede terrorista Al Qaeda no Afeganistão. Depois, Rabbani diz querer ajudar na formação de um governo composto por todas as facções do país, exceto o Taleban.
Resolução das Nações Unidas aprovada anteontem por unanimidade no Conselho de Segurança prevê a criação de um governo que reúna todas as etnias do país e redija uma Constituição, após mais de 20 anos de guerra.
O novo governo também precisará estar comprometido nos esforços internacionais de combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas e deverá manter a paz com países vizinhos.
Há o temor dentro da coalizão liderada pelos EUA de que a Aliança do Norte, que comandou a tomada de Cabul, não cumpra a resolução, apesar das declarações no sentido de que aceitariam dividir o futuro governo.
De maioria tadjique e uzbeque, a Aliança do Norte possui um histórico de inimizade com outras facções afegãs, especialmente líderes tribais pashtus, etnia majoritária no Afeganistão. O governo da Aliança do Norte, na primeira metade da década de 90, é avaliado como caótico por analistas.
Por esse motivo, os Estados Unidos e a ONU estão se apressando nas movimentações para a formação de um novo governo no Afeganistão.
Os norte-americanos enviaram o emissário James Dobbin ao Paquistão para manter conversações com líderes afegãos no exílio e autoridade paquistanesas.
O representante-adjunto da ONU para o Afeganistão, Francesc Vandrell, chegaria hoje a Cabul para estabelecer conversações com a Aliança do Norte.

Forças de paz
Ao mesmo tempo em que prossegue a ofensiva para formar o futuro governo afegão, a ONU começa a preparar a composição das forças de paz no país.
Entre os países que já se dispuseram a participar dessas forças estão a França, o Reino Unido, a Alemanha, a Turquia e a Jordânia. A Indonésia, país muçulmano mais populoso do mundo, disse que integraria as forças de paz desde que os bombardeios fossem cessados.


Com agências internacionais


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