DA REDAÇÃO

Dois helicópteros Black Hawk dos EUA colidiram no ar ontem no norte do Iraque matando ao menos 12 militares americanos e ferindo ao menos nove. Segundo fontes americanas, a colisão ocorreu quando um dos helicópteros foi atacado, provavelmente por granada-foguete, e, ao ganhar altitude para fugir do disparo, suas hélices atingiram o outro.
Os Black Hawks, que viajavam à noite, caíram num bairro residencial de Mosul. A área foi isolada pelos EUA, e não havia informação sobre mortos iraquianos.
O incidente ocorreu horas depois de Washington ter anunciado um novo cronograma para a transição de poder no Iraque, acelerada por causa da incapacidade dos EUA de estabilizar o país mais de seis meses depois de o presidente George W. Bush anunciar o fim dos principais combates da guerra, em 1º de maio.
Antes da queda dos helicópteros, uma bomba atingiu uma patrulha americana no norte de Bagdá, matando um soldado e ferindo outros dois.
Com as mortes de ontem, chegou a 412 o número de militares americanos mortos no Iraque desde o início da guerra, em 20 de março. Ações hostis desde o fim da guerra mataram 160 americanos. Os ataques contra os ocupantes já chegam a 30 por dia. Com a queda dos dois Black Hawks, chega a cinco o número de helicópteros derrubados por fogo hostil em três semanas.
No início do mês, um helicóptero Chinook que levava soldados para férias foi derrubado por míssil terra-ar, matando 16, e um Black Hawk foi derrubado perto de Tikrit, matando outros seis. No final de outubro, um Black Hawk foi derrubado por granada-foguete, ferindo cinco.
Após as quedas, os helicópteros foram instruídos a adotar medidas mais rígidas de proteção contra fogo hostil.
Não estava claro se o Black Hawk que sofreu o ataque estaria realizando um desses novos procedimentos quando atingiu o outro. Os helicópteros sobre Bagdá têm viajado em velocidade maior do que antes, principalmente ao se aproximarem do solo. Eles geralmente voam em dupla para aumentar a segurança. Os que caíram ontem seriam da 101ª Divisão Aerotransportada, unidade de elite especializada em atacar posições inimigas. Após o aumento dos ataques contra suas tropas, os EUA iniciaram uma ofensiva contra os insurgentes na semana passada. Até recentemente, a área de Mosul, com grande presença curda, era pacífica. Mas os ataques contra os americanos aumentaram na últimas semanas, e há suspeitas que sejam obra de combatentes não-iraquianos. Os filhos do ex-ditador Saddam Hussein Uday e Qusay foram mortos na região em julho.