São Paulo, terça-feira, 17 de janeiro de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Premiê reage ao ouvir gravação, mas hospital evita comentar; Israel instala zona militar fechada em Hebron

Sharon ouve voz do neto e abre os olhos, diz assessor

DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Ariel Sharon, 77, abriu duas vezes os olhos ontem depois que familiares tocaram uma fita com a voz do seu neto, aumentando as esperanças de que esteja finalmente saindo do coma após um grave derrame.
O hospital Hadassah, onde Sharon está internado desde o dia 4, disse laconicamente, no entanto, que alguns parentes viram "movimentos das pálpebras", cujo significado clínico ainda era incerto.
"Gilad [filho de Sharon] trouxe uma fita com a voz de Rotem, seu neto mais velho, falando a ele, e ele abriu os olhos duas vezes, cada uma delas por dois ou três minutos", disse um assessor do premiê.
"Os médicos acreditam que tenha sido por pouco tempo, porque ele ainda está sob o efeito da anestesia [de anteontem]", disse o assessor, em referência à traqueotomia, inserção de um tubo na traquéia para ajudá-lo a respirar.
"Mas os médicos não viram, portanto é difícil saber se é significativo ou se estamos apenas alimentando expectativas."
Os médicos não têm conseguido até agora despertar Sharon mesmo após reduzir -até parar totalmente no sábado- a administração de sedativos usados para induzir ao coma.
A volta de Sharon à atividade política é tida como bastante improvável, mas alguns especialistas afirmaram que o movimento dos olhos poderia significar um sinal positivo de que ele possa sair do coma caso demonstre reação a estímulos, como a voz do neto.
Num outro sinal de que Israel está se movimentando rapidamente para preencher o vazio político deixado por Sharon, seu recém-fundado partido, o Kadima, considerado de centro, nomeou o premiê interino, Ehud Olmert, como o presidente em exercício para liderar a agremiação nas eleições gerais de 28 de março.

Hebron
Centenas de assentados israelenses têm entrando em confronto com soldados desde a semana passada na cidade de Hebron, na Cisjordânia. Ontem, os manifestantes incendiaram seis lojas palestinas.
A polícia prendeu três assentados, e o Exército decretou os pequenos encraves judeus na cidade como zona militar fechada para remover os manifestantes.


Com agências internacionais

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